Enquanto relia Em seus passos, que faria Jesus?, pude entender o que significa sofrer por Jesus e que a perseguição nem sempre vem de pessoas não-evangélicas, mas principalmente daquelas que são cristãs evangélicas e não entendem o que é unidade na diversidade. Eles querem uniformidade e esse não é o princípio do Espírito Santo.
O que me impressionou no livro foram os membros da igreja que não aceitaram o desafio – de não fazer algo sem antes perguntar o que Jesus faria –, mas criticavam quem o fez. Eles queriam até expulsar o pastor da igreja, acusando-o de dividir a membresia e de incitá-la ao fanatismo.
Enquanto lia, pensava na minha história depois da libertação, em que fui acusada de fanatismo, exagero, legalismo e radicalismo, por ter decidido não me contaminar com as “comidas” do mundo. Percebi que não é fácil viver de acordo com os ensinamentos de Jesus por causa das pessoas que passaram a criticar e a me olhar como se tivesse uma doença contagiosa. Realmente esse é um preço alto que temos que pagar.
Uma das preciosas lições que aprendi no início do ministério é que não precisaria me defender, porque Deus o faria por mim. E tenho procurado viver dentro dessa promessa. Não vou dizer que não dói, porque dói muito. E não sei nem metade das mentiras que disseram a meu respeito e não ouvi nem metade dos comentários difamadores.
Por causa dessa perseguição, precisei abrir mão de algumas coisas que julgava importantes, mas Deus foi me mostrando que elas me impediam de cumprir o verdadeiro propósito de Deus na minha vida e que Ele estava ensinando-me obediência e humildade. E por deixar uma posição de liderança, perdi também algumas amizades, que hoje tenho dúvidas se eram amizade ou aproximação por interesse, que só estavam perto enquanto tinha algo para oferecer. Depois que não tinha mais o que lhes interessava, simplesmente não se mostraram mais tão amigas e algumas sequer me cumprimentam.
Fui traída por pessoas em quem confiava. É como disse Davi no Salmo 55.12-14: “Se um inimigo me insultasse, eu poderia suportar; se um adversário se levantasse contra mim, eu poderia defender-me; mas logo você, meu colega, meu companheiro, meu amigo chegado, você, com quem eu partilhava agradável comunhão enquanto íamos com a multidão festiva para a casa de Deus!”. Mas continuo seguindo o ensinamento de Deus e confiando na promessa de que ele seria minha defesa. Por isso não procuro as pessoas para explicar coisa alguma, porque sei que o Senhor é que vai me defender. Por isso fico calada em 99% das vezes. Só me pronuncio quando alguém vem me perguntar se é verdade isso ou aquilo, o que raramente acontece.
Na minha profissão há uma lei que devemos ouvir as duas versões, os dois lados da história. Infelizmente as pessoas não fazem isso, acreditam em apenas uma versão e não procuram saber se é verdade ou mentira. E ainda ajudam a divulgar a história que foi deturpada. Um texto que vem sempre à minha mente nesses momentos de perseguição é o de Tiago 4.10: “Humilhem-se diante do Senhor, e ele os exaltará”. E Deus tem cumprido essa palavra na minha vida em várias circunstâncias. Tenho sido abençoada com testemunhos de pessoas sobre a minha transformação e tenho sido exaltada por Deus diante de muitas pessoas.
Para quem se sente chamado e está disposto a pagar o preço, há bênçãos espirituais. Vale a pena sofrer tudo isso por Jesus. Valeria a pena apenas para ver uma pessoa sendo liberta a ponto de ter a fisionomia mudada e passar a fazer diferença no Reino de Cristo. A recompensa de Deus é infinitamente maior que qualquer recompensa humana e não me arrependo de ter aceito o chamado de Deus. Passaria tudo de novo, se fosse necessário.
Tommy Teeney diz que muitas pessoas pagaram um alto preço por se tornarem caçadoras de Deus, pois o seu zelo pelo Senhor foi mal compreendido por outros na liderança ou no corpo de sua igreja local. Ele continua: “Algumas dessas pessoas tinham papéis de liderança no mecanismo do homem, mas quando abraçaram a presença de Deus, foram finalmente empurradas para fora do abraço de seus irmãos inflexíveis”. Mas ele traz uma boa notícia para os perseguidos: “Fico feliz em dizer que nem sempre este é o caso. Deus está fazendo a sua opinião ser conhecida: Ele quer que façamos uma escolha entre a aprovação do homem e a sua aprovação, entre o caminho do homem e o seu caminho”. Ele termina dizendo que isso não é uma escolha fácil, e se for possível, devemos fazer tudo para viver em paz com todos, como diz a Bíblia.
Milton Andrade diz que não devemos temer retaliações. Ele diz que, conforme já ouviu muitos dizerem: “o custo da batalha espiritual não é a retaliação, mas sim a santificação”! E agora digo que de perseguidora passei a ser perseguida. Mas não troco a minha vida de agora por nada do que fui. Não quero ser de novo aquela que era. E é isso que busco hoje: Bíblia e santidade. O resto é conseqüência. Não devemos desistir, nem ter medo dos que nos perseguem.
Na realidade eles precisam de oração e é o que devemos fazer: orar por eles. Porque só uma experiência profunda com o Espírito Santo vai fazê-los entender o quanto estão prejudicando a Igreja de Cristo. Sei disso, porque já fui um deles. Pedi perdão a Deus, mas gostaria de pedir perdão a todas as pessoas que magoei, mesmo quando estava falando de brincadeira.
Peço perdão a todos que persegui com críticas e julgamentos, pensando que estava certa. Peço perdão a todos, em nome de Jesus. Recentemente tive a oportunidade de pedir publicamente perdão a um grupo de pastores, por ter discriminado outros grupos cristãos evangélicos que tinham práticas diferentes das que aprendi. E graças a Deus eles liberaram perdão e hoje estou em paz com Deus e amo a todos os irmãos em Cristo, de qualquer denominação. Afinal, agora sou também uma bem-aventurada, por ser perseguida por amor a Cristo. Deus tem ensinado-me a ter a visão do Reino e não de igreja local ou denominação. Vou a outras igrejas que têm os mesmos absolutos e os mesmos princípios bíblicos, e procuro não criticar o que elas têm de diferente, os relativos.
Extraido de Libertação é confissão de pecados. Danprewan.
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