Sei que há a questão cultural, que infelizmente no Brasil, país da cerveja e do refrigerante, o costume de beber vinho não é tão comum. E o vinho foi classificado como bebida alcoólica e não como alimento, como acontece em alguns países da Europa e América do Sul. Há projetos de lei para mudar isso, mas ainda não foram aprovados, o que acarretaria em diminuição de impostos, então, a briga é financeira, já sabem como é, né?
Para quem quiser saber mais sobre o assunto, há alguns textos na internet, e este aqui é bem interessante e completo:
"Subsídios para projeto de lei
O vinho como alimento saudável
Dados iniciais para sustentar proposta de alteração da legislação vinícola brasileira
e para classificar o suco de uva como alimento para cesta básica"
Outros textos:
Salvaguardas NÃO! Vinho como alimento JÁ!
Salvaguardas NÃO! Vinho como alimento JÁ!
Projeto de Lei “Vinho como Alimento”
Sim, continuo a favor da proibição de propagandas de cerveja, continuo combatendo as drogas lícitas que causam a epidemia nacional de dependência química ao álcool (já li uma pesquisa mostrando que mais de 50% dos internos em clínicas de recuperação são viciados em álcool e que é mais fácil recuperar um viciado em drogas ilícitas pesadas do que um viciado em álcool, uma droga lícita). É um problema social que as autoridades não querem enxergar, porque continuam permitindo propagandas na TV.
Sim, continuo a favor da proibição de propagandas de cerveja, continuo combatendo as drogas lícitas que causam a epidemia nacional de dependência química ao álcool (já li uma pesquisa mostrando que mais de 50% dos internos em clínicas de recuperação são viciados em álcool e que é mais fácil recuperar um viciado em drogas ilícitas pesadas do que um viciado em álcool, uma droga lícita). É um problema social que as autoridades não querem enxergar, porque continuam permitindo propagandas na TV.
A ironia é que, enquanto o vinho é classificado como bebida alcoólica, a cerveja não, e por isso as propagandas de cerveja são permitidas ainda, mas não há propaganda de vinho.
E infelizmente mesmo a questão cultural no Brasil resultou na falta de costume de beber vinho às refeições, não herdamos esse bom hábito nossos colonizadores, que pena. Com isso o Brasil se tornou o país do refrigerante, que não tem nada de nutriente e só faz mal à saúde, e da cerveja, que as pessoas bebem sem limite, como se fosse água e causa tantos problemas sociais como acidentes de trânsito e violência.
Essa questão cultural ficou bem evidente em uma situação que vivenciamos recentemente. Eu e meu marido fomos à Floresta da Tijuca e ficamos sentados, lendo e curtindo a natureza. E perto de nós havia um grupo de brasileiros fazendo churrasco. E em outra mesa havia um grupo falando francês, logo vou chamá-los de franceses, rsrs. Na mesa dos franceses havia uma garrafa de vinho. O grupo no início era pequeno, apenas uma família, mas logo foram chegando mais duas famílias e cada uma trazendo uma garrafa de vinho. Na mesa dos brasileiros havia, lógico, refrigerantes cheios de açúcar, corantes e outros "antes". E nós dois ficamos ali olhando tristes para as duas mesas. Tive vergonha de ser brasileira.
P.S.1: Claro que tem gente que não tem domínio próprio, come demais, bebe demais. E assim como não vou deixar de comer por causa deles, não vou deixar de redimir e beber meu vinho por causa deles também. E educação vem de berço e gula é pecado. E como disse minha irmã: "Bebe quem pode e se controla quem tem juízo!". E como sempre digo, tem gente que bebe vinho, mas eu provo vinho, uma taça é o meu normal.
P.S.2: Texto muito claro sobre isso: Vinho, Álcool e Alcoolismo
Destaquei um trecho:
"Os documentos da Organização Mundial de Saúde, da Comunidade Européia e da Organização Pan-Americana de Saúde não fazem distinção entre os diferentes tipos de bebidas. Mas elas existem e são significativas. No Brasil, por exemplo, o consumo de álcool se dá 10 vezes mais na forma de cerveja e destilados do que de vinho3. Do mesmo modo que os analgésicos, as bebidas alcoólicas têm diferenças entre si. O Ácido Acetil-Salicílico (Aspirina®), a Dipirona (Novalgina®) e o Paracetamol (Tylenol®) são todos analgésicos, mas com metabolismo e para-efeitos diferentes. Do mesmo modo vinho, cerveja e destilados são todos bebidas alcoólicas, mas com comportamentos diferentes. Vários estudos na literatura científica mostram diferenças importantes entre benefícios e danos causados por vinho, cerveja e destilados. Comentarei alguns."
E este aqui também está perfeito: Alcoolismo e Vinho:
Destaquei um trecho também:
E este aqui também está perfeito: Alcoolismo e Vinho:
Destaquei um trecho também:
"Para elucidar este assunto, por vezes polêmico em alguns meios e desconhecido em outros, reproduzimos aqui, ipsis litteris, o que diz Adolfo Lona na ZH de hoje, 17/03/2012, à pág. 3 do caderno Gastronomia:
'Em meus longos 24 anos transcorridos desde o primeiro curso de degustação feito na De Lantier em junho de 1988, somente uma vez, poucos dias atrás, um desavisado me perguntou: 'Vocè não acha que ensinar a beber é uma forma de estimular o alcoolismo?'.
Quanto descolhecimento das noções básicas da importância da vitivinicultura na cultura das nações e em especial, da forma de consumo de vinhos e espumantes.
Quem se aproxima do vinho e dos espumantes o faz procurando o praqzer que proporcionam as belas cores, os convidativos aromas e o característico sabor. Perceber que é possível, sem ser um expert ou técnico, identificar as diferenças entre as características dos vinhos é algo surpreendente.
O vinho é uma bebida social: deve ser saboreado em companhia. Não tem nada mais chato do que beber um bom vinho sozinho. É como dançar com a irmã, não tem graça.
O vinho é uma bebida gastronômica, precisa conviver harmoniosamente com os alimentos. Por isso o vinho está inserido nos hábitos gastronômicos milenares dos europeus.
O vinho é uma bebida cultural. Quem se aproxima logo descobre o mundo de informações sobre castas, regiões, tipos, marcas, etc. que existem a disposição. E ao conhecê-las ganha saber, cultura. O vinho é uma bebida que tem raízes fundas e firmes com as regiões produtivas e sua gente. Desperta sentimentos fraternos, estimula a amizade, os relacionamentos, une as pessoas em torno dele. Por fim a cultura do vinho é tão imensa que parece misteriosa, nunca sabemos tudo, sempre descobrimos algo novo. Por todas estas e outras razões é que o vinho não está associado ao alcoolismo e sim à moderação'."
'Em meus longos 24 anos transcorridos desde o primeiro curso de degustação feito na De Lantier em junho de 1988, somente uma vez, poucos dias atrás, um desavisado me perguntou: 'Vocè não acha que ensinar a beber é uma forma de estimular o alcoolismo?'.
Quanto descolhecimento das noções básicas da importância da vitivinicultura na cultura das nações e em especial, da forma de consumo de vinhos e espumantes.
Quem se aproxima do vinho e dos espumantes o faz procurando o praqzer que proporcionam as belas cores, os convidativos aromas e o característico sabor. Perceber que é possível, sem ser um expert ou técnico, identificar as diferenças entre as características dos vinhos é algo surpreendente.
O vinho é uma bebida social: deve ser saboreado em companhia. Não tem nada mais chato do que beber um bom vinho sozinho. É como dançar com a irmã, não tem graça.
O vinho é uma bebida gastronômica, precisa conviver harmoniosamente com os alimentos. Por isso o vinho está inserido nos hábitos gastronômicos milenares dos europeus.
O vinho é uma bebida cultural. Quem se aproxima logo descobre o mundo de informações sobre castas, regiões, tipos, marcas, etc. que existem a disposição. E ao conhecê-las ganha saber, cultura. O vinho é uma bebida que tem raízes fundas e firmes com as regiões produtivas e sua gente. Desperta sentimentos fraternos, estimula a amizade, os relacionamentos, une as pessoas em torno dele. Por fim a cultura do vinho é tão imensa que parece misteriosa, nunca sabemos tudo, sempre descobrimos algo novo. Por todas estas e outras razões é que o vinho não está associado ao alcoolismo e sim à moderação'."
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