Publicação fixa: Argumentos lógicos X tratados teológicos

Meus textos questionando o sistema religioso e as mentiras do cristianismo são sempre com argumentos de raciocínio lógico, porque para mim vale o que está escrito sem interpretações humanas, sem oráculos para traduzir o texto... Continue lendo.

sexta-feira, 11 de outubro de 2013

Quem sou eu


Up.

Sobre este blog, leia aqui.

Débora Vitório De Bonis
Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
Jornalista e escritora.
Blogueira desde junho/2008.
E também filósofa amadora e antropóloga amadora.
Autora dos livros Libertação é confissão de pecados e Libertação é teshuvah.
Casada com Alexandre.
E meu artesanato é colcha de retalhos.

Penso, logo questiono.
Questiono, logo incomodo.

NÃO sou evangélica, NÃO tenho religião, NÃO tenho igreja, NÃO tenho líder religioso humano. Estou fora do sistema religioso, em completa desconstrução. Mas creio em YHWH, o Eterno, estou aprendendo a obedecer à Torah (Pentateuco), a obedecer a TODOS os mandamentos e estou fazendo teshuvah. Sou sem-religião, mas minha vida é pautada pelos princípios bíblicos e sigo SOMENTE o que está na Torah e não doutrinas humanas. Para saber mais leia Saiba o que, como e porque minha vida mudou.

A certeza de estar no caminho certo não tem preço. E a sensação de que "tem alguma coisa errada" ou "não pode ser só isso" de-sa-pa-re-ceu completamente. Mas tenho cuidado para não trocar seis por meia dúzia ou uma jaula pela outra. Não quero jogar fora o bebê junto com a água do banho.

NÃO acredito na frase: "A felicidade não existe, existem momentos felizes!". Acredito em SER feliz, embora tenha momentos de tristeza.

Sigo o calendário oficial de Israel para festas bíblicas e não comemoro festas pagãs e também não comemoro aniversário.

Débora, cujo nome significa abelha. “... falou que eu era como Débora, cujo nome significa abelha, e que haveria momentos quando minhas palavras seriam doces ao paladar e momentos em que seriam como uma ferroada.” Cindy Jacobs. Abelhas não atacam. Elas apenas se defendem quando são atacadas.

"Então, eu tive aquele encontro com o Eterno [e com a Torah] do qual nunca me recuperei". Tommy Tenney

quinta-feira, 3 de outubro de 2013

Violência obstétrica - A voz das brasileiras! ou Violência no sistema de saúde no Brasil - A voz dos pacientes!

Estou novamente passando mal com um assunto, como aconteceu quando comecei a pesquisar e escrever sobre misoginia. E como escrevi naquela época, vou repetir minhas palavras, porque é assim que estou me sentindo hoje:

"Quanto mais mergulho na pesquisa e medito no assunto, mais me dá vontade de bater muito em um saco de areia – para não bater nos desumanos que conheci. Estou irada! Meu estômago está revirado, minhas entranhas se contorcendo, um frio intenso na barriga, ansiedade, insônia, porque, a mente não para de pensar, pensar, pensar, enfim, meus sintomas de assunto-bomba e de revelações chegando aos montes. Sinto que vou explodir."

O assunto agora é esse do título e começou quando assisti ao vídeo Violência obstétrica - A voz das brasileiras! e ao trailer do filme O renascimento do parto. E depois de quase surtar, comecei a ler sobre o assunto, e quanto mais eu leio, mais indignada vou ficando.

Hoje acordei como se estivesse de ressaca, como se um trator tivesse me atropelado ontem, como se tivesse levado vários socos na boca do estômago. Estou muito indignada, irada, com vontade de gritar, de bater em alguém, sufocada.

Diferente do assunto misoginia, desta vez a indignação é pessoal, não porque tenha sido vítima da violência obstétrica, pois não tenho filhos, mas porque somos todos vítimas da violência médica, por isso coloquei um "ou" e aumentei o título do post. E como escrevi no Facebook, "peço perdão aos bons profissionais da saúde (conheci pouquíssimos), mas acompanhando meu pai em vários hospitais, várias cirurgias [catarata nos dois olhos, prótese no joelho, duas cirurgias por causa da fratura do fêmur, e ainda houve um AVC], inúmeras consultas, sendo acompanhante de outros dois idosos em um hospital, e acompanhando um pós-parto, me sinto como essas mulheres do documentário e até hoje tenho gritos presos na garganta. Sei que a dor delas é muito maior, nem posso comparar, mas senti na pele como é ser tratado como lixo dentro dos hospitais e consultórios médicos."

Tenho tantas histórias de desumanidade que sofri e vi nos hospitais, públicos e particulares, que poderia gravar um documentário parecido. E tenho certeza de que levaria uns 50 anos para gravar depoimentos de pessoas que sofreram violência médica no sistema de saúde no Brasil. Quem não tem uma história para contar que levante a mão.

Como recordar é viver, estou revivendo toda a humilhação, toda a indignação, toda ira, toda revolta, toda incredulidade, toda violência que vivi nesses hospitais e consultórios. Cada depoimento que ouvia me fazia reviver tudo que passei com médicos, enfermeiros e recepcionistas desumanos, que gritaram comigo, que não deram informação correta, que não ensinaram nada, que praticamente me disseram "se vira", que me trataram como uma idiota, que me roubaram vários direitos, que trataram meu pai com crueldade, que pegaram o bebê que havia acabado de nascer como se pega um cachorrinho, pelo pescoço, sem nenhuma delicadeza (aliás, devem tratar muito melhor seus cachorrinhos e bichinhos de estimação). Estou revivendo a humilhação de um assédio sexual que sofri em um consultório de dermatologia, e também estou revivendo a agressão de me sentir cobaia nos tratamentos de rinite alérgica e ainda ter sido forçada a fazer infiltração no nariz sem saber antes o que iria acontecer e quando percebi havia uma agulha sendo enfiada nas minhas narinas e uma injeção sendo aplicada em cada uma e nem quero descrever o que senti naquele momento. E esses dois casos aconteceram na rede particular, quando eu tinha um dos melhores planos de saúde da época.

E como reviver pode trazer cura interior, espero que eu esteja purgando todas essas dores e gritos sufocados com a ajuda de outras pessoas que sofreram muito mais do que eu, ouvindo o depoimento delas, sentindo a dor delas, chorando com elas. Que venha a cura, enfim. Tá doendo, mas que seja para ser curada.

E novamente vejo o padrão acontecendo, as pessoas sofrem essas coisas e pensam que é só com elas, e de repente alguém se atreve a falar, a denunciar, e aí começamos a perceber que não, não foi só comigo, tem muuuuuuuita gente sofrendo como eu, mais do que eu, é muita dor, é muita dor.

Assistam aos vídeos, se tiverem coragem.