Publicação fixa: Argumentos lógicos X tratados teológicos

Meus textos questionando o sistema religioso e as mentiras do cristianismo são sempre com argumentos de raciocínio lógico, porque para mim vale o que está escrito sem interpretações humanas, sem oráculos para traduzir o texto... Continue lendo.

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Receitas e dicas 32 - Almoço com as leis da tia



Diálogo entre tia e sobrinhas na hora do almoço:

    Ai, tia, isso é...?
    Sim, é lei.
    Mas eu não gosto de pepino.
    Não é pepino, é maxixe.
    Maxixe?????
    Sim. Uma delícia.
    Tem que colocar no prato mesmo? Eu não sou mais criança...
    “Temque”, só um pedacinho.
    Só uma rodelinha pequena, né?
    Sim.
    Tá bom – e acaba provando o maxixe – Hum, até que é gostoso!
    É gostoso mesmo – diz a outra sobrinha.

E as duas se serviram de mais maxixe e comeram com muito gosto. Vai entender.

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Congelando molho de tomate e leite de coco

domingo, 16 de janeiro de 2011

A enchente do final de O Guarani

A tragédia na Região Serrana me fez lembrar a cena final do livro O Guarani, de José de Alencar, quando acontece uma enchente e Peri e Ceci flutuam em cima de uma palmeira. Leia uns trechos do epílogo:

"Quem plainasse nesse momento sobre aquela solidão, e lançasse os olhos pelos vastos horizontes que se abriam em torno, se a vista pudesse devassar a distancia de muitas léguas, veria ao longe, na larga esteira do Paraíba, passar rapidamente uma forma vaga e indecisa.
Era a canoa de Peri, que impelida pelo remo e pela viração da manhã corria com uma velocidade espantosa, semelhando uma sombra a fugir das primeiras claridades do dia.
[...]
A canoa resvalou pela flor da água como uma garça ligeira levada pela correnteza do rio.
Peri remava sentado na proa.
Cecília, deitada no fundo, meio apoiada sobre uma alcatifa de folhas que Peri tinha arranjado, engolfava-se nos seus pensamentos, e aspirava as emanações suaves e perfumadas das plantas, e a frescura do ar e das águas.
[...]
Peri estava distraído; seu olhar fitava-se no horizonte com uma atenção extraordinária; a inquietação que se desenhava no seu semblante era o indício de algum perigo, embora ainda remoto:
Sobre a linha azulada da cordilheira dos Órgãos, que se destacava num fundo de púrpura e rosicler, amontoavam-se grossas nuvens escuras e pesadas, que, feridas pelos raios do ocaso, lançavam reflexos acobreados.
Daí a pouco a serrania desapareceu envolta nesse manto cor de bronze, que se elevava como as colunas e abóbadas de estalactites que se encontram nas grutas das nossas montanhas. O azul puro e risonho que cobria o resto do firmamento contrastava com a cinta escura, que ia enegrecendo gradualmente à medida que a noite caia.
Peri voltou-se.
— Tu queres ir para terra, senhora?
— Não; estou tão bem aqui! Não foste tu que me trouxeste?
— Sim; mas...
— O quê?
— Nada; podes dormir sem receio!
Ele tinha se lembrado que entre dois perigos o melhor era preferir o mais remoto; aquele que ainda estava longe e talvez não viesse.
Por isso resolveu não dizer nada a Cecília, e conservar-se atento e vigilante para salvá-la, se o que ele temia se realizasse.
Peri havia lutado com o tigre, com os homens, com uma tribo de selvagens, com o veneno; e tinha vencido. Era chegada a ocasião de lutar com os elementos: com a mesma confiança calma e impassível, esperou pronto a aceitar o combate.
Anoiteceu.
O horizonte, sempre negro e fechado, se iluminava às vezes com um lampejo fosforescente; um tremor surdo parecia correr pelas entranhas da terra e fazia ondular a superfície das águas, como o seio de uma vela enfunada pelo vento.
Entretanto, ao redor tudo estava quieto; as estrelas recamavam o azul do céu; a viração aninhava-se nas folhas das árvores: os murmúrios doces da solidão cantavam o hino da noite.
Cecília adormeceu no seu berço, murmurando uma prece.
Era alta noite; sombras espessas cobriam as margens do Paraíba.
De repente um rumor surdo e abafado, como de um tremor subterrâneo, propagando-se por aquela solidão, quebrou o silêncio profundo do ermo.
Peri estremeceu: ergueu a cabeça e estendeu os olhos pela larga esteira do rio, que, enroscando-se como uma serpente monstruosa de escamas prateadas, ia perder-se no fundo negro da floresta.
O espelho das águas, liso e polido como um cristal, refletia a claridade das estrelas, que já desmaiavam com a aproximação do dia; tudo estava imóvel e quedo.
O índio curvou-se sobre a borda da canoa, e de novo aplicou o ouvido; pela superfície do rio rolava um som estrepitoso: semelhante ao quebrar-se da catadupa precipitando-se do alto dos rochedos.
Cecília dormia tranqüilamente; sua respiração ligeira ressoava com a harmonia doce e sutil das folhas da cana quando estremecem ao sopro tênue da aragem.
Peri lançou um olhar de desespero para as margens que se destacavam a alguma distancia sobre a corrente plácida do rio. Quebrou o laço que prendia a canoa e impeliu-a para a terra com toda a força do remo, que fendeu a água rapidamente.
À beira do rio elevava-se uma bela palmeira, cujo alto tronco era coroado pela grande cúpula verde, formada com os leques de suas folhas lindas e graciosas. Os cipós e as parasitas, engrazando-se pelos ramos das árvores vizinhas, desciam até o chão, formando grinaldas e cortinas de folhagem, que se prendiam às hastes da palmeira.
Tocando a margem, Peri saltou em terra, tomou Cecília meio adormecida nos seus braços, e ia entranhar-se pela mata virgem que se elevava diante dele.
Nesse momento o rio arquejou como um gigante estorcendo-se em convulsões, e deitou-se de novo no seu leito, soltando um gemido profundo e cavernoso.
Ao longe o cristal da corrente achamalotou-se; as águas frisaram-se; e um lençol de espuma estendeu-se sobre essa face lisa e polida, semelhante a uma vaga do mar desenrolando-se pela areia da praia.
Logo todo o leito do rio cobriu-se com esse delgado sendal que se desdobrava com uma velocidade espantosa, rumorejando como um manto de seda.
Então no fundo da floresta troou um estampido horrível, que veio reboando pelo espaço; dir-se-ia o trovão correndo nas quebradas da serrania.
Era tarde.
Não havia tempo para fugir; a água tinha soltado o seu primeiro bramido, e, erguendo o colo, precipitava-se furiosa, invencível, devorando o espaço como algum monstro do deserto.
Peri tomou a resolução pronta que exigia a iminência do perigo: em vez de ganhar a mata, suspendeu-se a um dos cipós, e, galgando o cimo da palmeira, ai abrigou-se com Cecília.
A menina, despertada violentamente e procurando conhecer o que se passava, interrogou seu amigo.
— A água!... respondeu ele, apontando para o horizonte.
Com efeito, uma montanha branca, fosforescente, assomou entre as arcarias gigantescas formadas pela floresta, e atirou-se sobre o leito do rio, mugindo como o oceano quando açoita os rochedos com as suas vagas.
A torrente passou, rápida, veloz, vencendo na carreira o tapir das selvas ou a ema do deserto; seu dorso enorme se estorcia e enrolava pelos troncos diluvianos das grandes árvores, que estremeciam com o embate hercúleo.
Depois, outra montanha, e outra, e outra, se elevaram no fundo da floresta; arremessando-se no turbilhão, lutaram corpo a corpo, esmagando com o peso tudo que se opunha à sua passagem.
Dir-se-ia que algum monstro enorme, dessas jibóias tremendas que vivem nas profundezas da água, mordendo a raiz de uma rocha, fazia girar a cauda imensa, apertando nas suas mil voltas a mata que se estendia pelas margens.
Ou que o Paraíba, levantando-se qual novo Briareu no meio do deserto, estendia os cem braços titânicos, e apertava ao peito, estrangulando-a em uma convulsão horrível, toda essa floresta secular que nascera com o mundo.
As árvores estalavam; arrancadas do seio da terra ou partidas pelo tronco, prostravam-se vencidas sobre o gigante, que, carregando-as ao ombro, precipitava para o oceano.
O estrondo dessas montanhas de água que se quebravam, o estampido da torrente, os trôos do embate desses rochedos movediços, que se pulverizavam enchendo o espaço de neblina espessa, formavam um concerto horrível, digno do drama majestoso que se representava no grande cenário.
As trevas envolviam o quadro e apenas deixavam ver os reflexos prateados da espuma e a muralha negra que cingia esse vasto recinto, onde um dos elementos reinava como soberano.
Cecília, apoiada ao ombro de seu amigo, assistia horrorizada a esse espetáculo pavoroso; Peri sentia o seu corpinho estremecer; mas os lábios da menina não soltaram uma só queixa, um só grito de susto.
Em face desses transes solenes, desses grandes cataclismas da natureza, a alma humana sente-se tão pequena, aniquila-se tanto, que se esquece da existência; o receio é substituído pelo pavor, pelo respeito, pela emoção que emudece e paralisa.
O sol, dissipando as trevas da noite, assomou no oriente; seu aspecto majestoso iluminou o deserto; as ondas de sua luz brilhante derramaram-se em cascatas sobre um lago imenso, sem horizontes.
Tudo era água e céu.
A inundação tinha coberto as margens do rio até onde a vista podia alcançar; as grandes massas de água, que o temporal durante uma noite inteira vertera sobre as cabeceiras dos confluentes do Paraíba, desceram das serranias, e, de torrente em torrente, haviam formado essa tromba gigantesca que se abatera sobre a várzea.
A tempestade continuava ainda ao longo de toda a cordilheira, que aparecia coberta por um nevoeiro escuro; mas o céu, azul e límpido, sorria mirando-se no espelho das águas.
A inundação crescia sempre; o leito do rio elevava-se gradualmente; as árvores pequenas desapareciam; e a folhagem dos soberbos jacarandás sobrenadava já como grandes moitas de arbustos.
A cúpula da palmeira, em que se achavam Peri e Cecília, parecia uma ilha de verdura banhando-se nas águas da corrente; as palmas que se abriam formavam no centro um berço mimoso, onde os dois amigos, estreitando-se, pediam ao céu para ambos uma só morte, pois uma só era a sua vida.
[...]
— Olha! disse ela com a sua voz maviosa, a água sobe, sobe...
— Que importa! Peri vencerá a água, como venceu a todos os teus inimigos.
— Se fosse um inimigo, tu o vencerias, Peri. Mas é Deus... É o seu poder infinito!
— Tu não sabes? disse o índio como inspirado pelo seu amor ardente, o Senhor do céu manda às vezes àqueles a quem ama um bom pensamento.
E o índio ergueu os olhos com uma expressão inefável de reconhecimento.
Falou com um tom solene:
'Foi longe, bem longe dos tempos de agora. As águas caíram, e começaram a cobrir toda a terra. Os homens subiram ao alto dos montes; um só ficou na várzea com sua esposa.
'Era Tamandaré*; forte entre os fortes; sabia mais que todos. O Senhor falava-lhe de noite; e de dia ele ensinava aos filhos da tribo o que aprendia do céu.
'Quando todos subiram aos montes ele disse:
‘Ficai comigo; fazei como eu, e deixai que venha a água.’
'Os outros não o escutaram; e foram para o alto; e deixaram ele só na várzea com sua companheira, que não o abandonou.
'Tamandaré tomou sua mulher nos braços e subiu com ela ao olho da palmeira; ai esperou que a água viesse e passasse; a palmeira dava frutos que o alimentavam.
'A água veio, subiu e cresceu; o sol mergulhou e surgiu uma, duas e três vezes. A terra desapareceu; a árvore desapareceu; a montanha desapareceu.
'A água tocou o céu; e o Senhor mandou então que parasse. O sol olhando só viu céu e água, e entre a água e o céu, a palmeira que boiava levando Tamandaré e sua companheira.
'A corrente cavou a terra; cavando a terra, arrancou a palmeira; arrancando a palmeira, subiu com ela; subiu acima do vale, acima da árvore, acima da montanha.
'Todos morreram. A água tocou o céu três sóis com três noites; depois baixou; baixou até que descobriu a terra.
'Quando veio o dia, Tamandaré viu que a palmeira estava plantada no meio da várzea; e ouviu a avezinha do céu, o guanumbi, que batia as asas.
'Desceu com a sua companheira, e povoou a terra.'
[...]
A cúpula da palmeira, embalançando-se graciosamente, resvalou pela flor da água como um ninho de garças ou alguma ilha flutuante, formada pelas vegetações aquáticas.
[...]
A palmeira arrastada pela torrente impetuosa fugia...
E sumiu-se no horizonte."


Tamandaré - É o nome do Noé indígena. A tradição rezava que na ocasião do dilúvio ele escapara no olho de uma palmeira, e depois povoara a terra. É a lenda que conta Peri.

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Luto por Teresópolis

Foto: De Bonis

Minutos de silêncio por Terê.

Shabat shalom! Shema Yisrael, YHWH Eloheinu YHWH Echad!

Horário do pôr-do-sol no Rio de Janeiro:
Sexta-feira, 19h44 - Sábado, 19h44 (Climatempo)

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Sacudindo a poeira dos pés

Up. Publicado pela segunda vez em 11/11/2010.


"Se alguém não os receber nem ouvir suas palavras, sacudam a poeira dos pés quando saírem daquela casa ou cidade." Mateus 10.14

"Se algum povoado não os receber nem os ouvir, sacudam a poeira dos seus pés quando saírem de lá, como testemunho contra eles" Marcos 6.11

"Se não os receberem, sacudam a poeira dos seus pés quando saírem daquela cidade, como testemunho contra eles." Lucas 9.5

Interessaante este texto que aparece em três dos quatro evangelhos. Tenho meditado nele e estou começando a aprender a obedecê-lo. Creio que na verdade a gente nunca praticou isso. Fica insistindo, insistindo, e perdendo tempo com quem não quer mudar. Mas o Messias não ensinou a insistência, ele ensinou sacudir a poeira dos pés.

Para mim está começando a fazer sentido o que Neil Cole disse em Igreja orgânica:
"Para plantar o Reino, vê-lo crescer e dar frutos, duas coisas são absolutamente necessárias: boas sementes e bom solo. Se os dois estiverem juntos, os resultados são ótimos frutos.[...] Se dez pessoas aceitarem a mensagem e apenas duas derem frutos, não mais cuido das outras oito. Em vez disso, invisto minha vida nas outras duas. Essas irão produzir muitos frutos. [...] Devemos investir tudo nos poucos que irão frutificar. A vida é muito curta, e os lucros potenciais são muitos para gastarmos nossa vida cuidando de pessoas infrutíferas. [...] Eu seria menos do que amoroso perante os outros se não gastasse tempo com eles porque estava investindo tanto do meu tempo em alguém que não queria mudar, mas que estava interessado em continuar se encontrando comigo."

E isso me fez lembrar uma reflexão que escrevi há alguns meses:

"Não basta precisar...
Não basta precisar muito, tem que querer muito.
Tem gente que precisa muito de ajuda, mas não quer ser ajudado. E é praticamente impossível ajudar se a pessoa não quer. Então, não adianta ajudar. Querer é essencial. Quem não quer, não consegue. Querer é uma decisão. E tudo na vida começa com uma decisão. Reconhecer que precisa de ajuda e querer ser ajudado é a maior parte do caminho da cura. O restante do caminho é muito simples depois que a pessoa reconhece que tem problema.
Creio que um dos principais impecilhos para a mudança é que as pessoas não reconhecem que têm problemas.
Repito: não basta precisar muito, tem que querer muito."

Precisamos aprender a sacudir a poeira dos nossos pés e parar de perder tempo com gente estilo sanguessuga. O povo usa um ditado em outro contexto, mas aqui faz sentido também: a fila anda.

P.S.: Outra lição importante é que só se deve ajudar a quem pede ajuda. Quem não pede é orgulhoso. E oferecer ajuda a quem não pede reforça o orgulho e provoca ingratidão. Ajudar a quem não pede é correr o risco de ouvir "Não te pedi nada", quando esperava ouvir "Muito obrigado". Os textos abaixo confirmam isso e mostram que é preciso pedir para receber, e pedir é fazer a nossa parte.

"Dê a quem lhe pede, e não volte as costas àquele que deseja pedir-lhe algo emprestado." Mateus 5.42

"Não dêem o que é sagrado aos cães, nem atirem suas pérolas aos porcos; caso contrário, estes as pisarão e, aqueles, voltando-se contra vocês, os despedaçarão. Peçam, e lhes será dado; busquem, e encontrarão; batam, e a porta lhes será aberta. Pois todo o que pede, recebe; o que busca, encontra; e àquele que bate, a porta será aberta." Mateus 7.8

"De onde vêm as guerras e contendas que há entre vocês? Não vêm das paixões que guerreiam dentro de vocês? Vocês cobiçam coisas, e não as têm; matam e invejam, mas não conseguem obter o que desejam. Vocês vivem a lutar e a fazer guerras. Não têm, porque não pedem. Quando pedem, não recebem, pois pedem por motivos errados, para gastar em seus prazeres." Tiago 4.1-3 

Saiba mais

sábado, 8 de janeiro de 2011

A verdade sobre filhos e adoção de crianças

Explicando uma "mancha" no meu passado

Muito antes de sonhar em me casar, desde adolescente, bem novinha mesmo, senti o desejo de um dia adotar uma criança. Toda vez que ouvia nos telejornais sobre orfanatos ou quando via crianças moradoras de rua, pensava comigo que seria tão bom se eu pudesse ajudar a pelo menos uma dessas crianças. Não posso ajudar a todas, mas uma eu gostaria muito de poder acolher um dia. E passei a dizer isso às pessoas, que um dia eu adotaria uma criança, seria a minha boa ação à sociedade.

Só que na minha cabeça sempre pensei em uma criança com mais de cinco anos, porque são crianças que ninguém quer. O meu desejo sempre foi de ajudar e não para preencher qualquer vazio em mim. É, sempre fui meio do contra mesmo, então...

Aí cresci, quer dizer, fiquei mais velha, a vida foi passando e um dia conheço aquele com quem me casaria. E antes de nos casarmos conversei com ele sobre esse meu sonho de adotar uma criança. Ele concordou em fazer parte disso, pois também pensava do mesmo modo, e assim começamos nossa vida a dois.

Somos casados há 16 anos, mas depois de dois anos de casados descobrimos que, segundo a medicina, não podíamos ter filhos naturais. Creio que há várias causas para isso, mas a principal é que desde adolescente também eu dizia que não queria ter filhos – o motivo é outra história que não me convém falar aqui –, o fato é que eu declarava e repetia isso muitas vezes. Incoerência de uma mente adolescente, totalmente explicada dentro do contexto de influência de um espírito de rejeição, mas isso é outro assunto, como já disse. E como palavra tem poder... eis a principal razão de não termos filhos. Apesar de ter reconhecido, pedido perdão, a consequência ainda não foi retirada, vide a história do rei Davi.

Claro que como todo casal pensamos em outras possibilidades, como inseminação artificial (totalmente descartada depois) e também adoção. Mas realmente nunca fomos desesperados sobre esse assunto. Nossos muitos sobrinhos nos ocupavam a mente, o coração e o bolso, então estávamos felizes assim e, eu principalmente, mimando e paparicando os lindinhos dos titios. Não havia um vazio no nosso casamento. Às vezes falávamos sobre isso, em quem sabe um dia, mas sem ansiedade.

Com o passar dos anos a adoção ficou em modo de espera, porque havia uma divergência de opinião sobre a idade da criança a ser adotada, apesar do meu antigo desejo. E fomos levando a vida.

Um belo dia e em momentos de crises diversas, não no casamento, mas que acabaram afetando nosso relacionamento, descobrimos libertação e mergulhamos nesse assunto  – e essa história está toda no meu livro, não preciso repetir aqui.

Com nosso novo chamado em levar pessoas aos seminários de libertação, um dia recebi uma "profecia" em um desses seminários de que teríamos duas crianças, uma natural e uma adotada. O contexto dessa profecia é bem intenso, e o assunto é grande, complexo e particular para ser tratado aqui.

Mas eu, que fui criada em um contexto religioso tradicional, marinheira de primeira viagem nessas coisas de profecia e sobrenatural, e contaminada por falsos ensinamentos de religiosos do “decreto espiritual”, achei que bastava decretar e declarar que aquilo aconteceria imediatamente. Não parei para pensar que poderia ser para dali a dois, três, cinco anos. E desenvolvi uma gravidez psicológica, e que já pedi perdão publicamente sobre isso, em uma reunião com alguns amigos e familiares e no blog.

Isso nos abalou um pouco, mas não a ponto de nos abater e desistir do ministério ou das promessas do Eterno para nossas vidas. Buscamos discernimento e entendemos alguns porquês de tudo aquilo ter acontecido, mas são respostas apenas para nós dois e não para serem compartilhadas.

A partir desse momento voltamos a falar sobre adoção e entramos em um acordo sobre a idade da criança, mas fiz um pedido ao Eterno. Eu disse a ele, e passei a orar assim, que nós não iríamos procurar uma criança, queríamos que ele nos mostrasse, nos enviasse, e que tomasse todo o controle desse assunto.

Cerca de dois anos depois dois sobrinhos nossos precisaram da nossa ajuda e vieram morar conosco. Eles foram tratados como se fossem filhos, nos privilégios e nos deveres também, exatamente como faríamos com nossos filhos legítimos. Cuidamos, educamos, investimos na saúde, aparelho dentário, vestuário, em cursos, enfim, foram tratados como filhos verdadeiros.

E nós chegamos a pensar que eles eram os adotivos que o Eterno havia nos enviado. E dizíamos que ele havia mandado dois de uma vez. E procuramos realizar nossa missão da melhor forma possível.

Mas um dia eles foram embora, ficaram oito meses conosco, e foram morar com outra pessoa da família, porque eles decidiram assim, nós não desistimos ou mandamos embora, eles simplesmente preferiram não continuar conosco. E assim foi.

O que preciso esclarecer é que nunca, de forma alguma, eles vieram para preencher algum vazio no nosso coração ou casamento, porque nós não temos esse vazio, não existe isso. Somos felizes e completamos um ao outro e temos o Eterno, que nos basta totalmente e estamos entregues a ele e a sua vontade boa, agradável e perfeita.

E em momento algum, depois que eles foram embora, ficamos com esse sentimento de vazio pela falta de filhos, não mesmo. Ficamos com saudades, sim. Sentimos falta deles, sim, até porque foram morar um pouco distante e não tínhamos mais um contato diário com eles. Mas isso foi tudo.

O que aprendemos? Que eles podem ter sido mesmo os adotivos que o Eterno nos mandou, mas que nossa missão teve  um tempo determinado, não era para toda vida. E que ainda poderíamos receber outros adotivos que o Eterno quisesse nos mandar, como já aconteceu de novo depois daquela primeira experiência, mas também com tempo determinado.

Somos servos e queremos obedecer e fazer a vontade do Pai. E ele tem todo o controle da nossa vida. E estamos muito tranquilos em relação a esse assunto. Volto a dizer, não há vazio no nosso casamento por não termos filhos. Temos paz.

Infelizmente algumas pessoas não sabem disso, imaginam coisas que não existem e saem por aí espalhando mentiras. Por isso resolvi esclarecer mais uma vez sobre um assunto que muitos preferem não entender e continuam criando versões mentirosas, simplesmente porque não vêm até mim e perguntam o que houve, sei lá, têm medo de tocar na “minha ferida”, mas não existe ferida, não sei de onde inventam essas coisas.

Seria tão mais fácil se me perguntassem e esclarecessem toda a situação. Mas o ser humano gosta mesmo é de complicar, de fofocar, fazer o quê? Meu papel é esclarecer e fica aí a verdade para quem quiser saber.

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Você não me conhece

Se você NÃO anda comigo e NÃO lê meu blog, NÃO fale de mim. Você pode ter conhecido quem eu era, mas NÃO sabe quem eu sou. Chega de mentiras. Se NÃO ouviu diretamente de mim, NÃO passe a informação a outros, confirme primeiro comigo.

Sistemas e ídolos

"Ídolos não são quebrados sem que não haja ofensa, porque antes que alguém tenha feito uma escultura ou tenha pintado um quadro, primeiramente a obra foi fabricada no coração. O ídolo não é nada. O que o torna valioso é o coração de quem o fez ou aquele que o possui. 
Muitos os chamam de 'peças de artes', mas tentem destruí-los até mesmo a menor das gravuras em algumas igrejas e você descobrirá que são mais que simples artes. Tente acabar com o uso de alguma revista, de alguma prática, enfim, com qualquer coisa estabelecida e sacralizada pelo grupo e você vai descobrir o que realmente são: são ídolos! 
Sistemas, estruturas e ídolos não são como filhos, mas para os homens eles se tornam parecidos. 
Primeiramente eles se tornam possessões (nossos mesmos) e em segundo lugar queremos ajudá-los a crescer, e aí em terceiro lugar nos tornamos orgulhosos deles e por fim se tornam intocáveis e indestrutíveis. 
Assim acontece com ministérios, denonimações, toda e qualquer iniciativa humana que seja institucionalizada.
Tente mudar a tradição, cantar uma canção diferente, fazer algo novo, queimar seus livros e sua historia, simplesmente tente isso… e você verá o quanto lhe custará.
Métodos, sistemas, culturas e ídolos feitos por homens são ídolos do coração. Destrua-os e você despedaçará muitos corações."
Josimar Salum

Não há nenhum caminho pacífico quando se quer ser transformado

"Devemos ser convencidos de que não há nenhum caminho de Paz e em Paz que possa quebrar tradições e velhos paradigmas.
Assim que você desafiar o status quo e fizer as coisas ligeiramente diferentes e não da maneira convencional, espere uma forte reação e vingança. 
Sistemas estabelecidos perseguem pessoas de novos sistemas. Pessoas presas a sistemas são vingativas. 
É muito fácil para os homens e para as mulheres se entrelaçarem em estruturas, sistemas e métodos. É a sua cultura interna. Faz parte da sua natureza. 
O coração idólatra do homem sempre faz as coisas de maneira que se torne servo e escravizado do que faz.
Então não espere mudanças tranqüilas e pacíficas. 
Mudanças sempre vão enfurecer alguém."

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Dica de leitura: Sobre relacionamentos, sistemas e Deus

Por Josimar Salum
"Relacionamentos antigos e bons foram e serão sacudidos. Quando o inimigo toma conhecimento dos planos que alguém tem em relação ao Reino de Deus e que alinhou-se com pessoas com a mesma mente no Reino, ele ataca furiosamente."
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terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Combate ao Trabalho Escravo

Notícia no G1: 'Lista suja' do trabalho escravo inclui 88 novas empresas, diz Ministério http://tinyurl.com/2ugnlqp

E veja a Lista suja do trabalho escravo em http://www.mte.gov.br/trab_escravo/lista_suja.pdf

Dica de leitura: A psicologia é uma ciência legítima, mas...

Como você vê o casamento da psicologia ou psicanálise com o cristianismo?
Há mais de 2000 anos atrás, os filósofos gregos entenderam que havia um "logus" do qual todo o mundo se originara e em torno do qual todo o mundo girava. Em sua sabedoria humana, chegaram mais perto de Jesus Cristo do que qualquer outra civilização, com excessão dos hebreus. Entretanto, nunca desvendaram o verdadeiro Mistério do Logos. Nunca o identificaram como uma Pessoa, pois este mistério foi revelado aos apóstolos e profetas de Deus, visto que as coisas espirituais somente se discernem espiritualmente.
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segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Entrevistinha para TV Brasil



Saímos para dar um passeio básico na Floresta da Tijuca e paramos na Vista Chinesa, onde meu ex-professor Marco Terranova estava sendo entrevistado sobre seu livro de fotos. Ficamos bem discretas, apreciando a vista e longe da câmera, mas não adiantou. De repente fomos convidadas a falar sobre a Floresta, meu quintal. Aí não teve como fugir. Logo euzinha, que fugia das aulas de telecinejornalismo. E agora tenho que ouvir Gabi me humilhando porque ela apareceu mais.

Examinar tudo, guardar o que é bom

Tenho cuidado para não trocar seis por meia dúzia, uma jaula pela outra e nem trocar um dialetês por outro. Mas não quero jogar fora o bebê junto com a água do banho.


Receitas e dicas 31 - Top mais de 10, combinações que merecem um prêmio

  1. Bacalhau com batata
  2. Queijo brie com geleia de damasco
  3. Nozes com damasco
  4. Bolo com sorvete
  5. Salada de frutas com sorvete
  6. Batata frita com sorvete
  7. Macarrão com feijão
  8. Manjar com ameixa
  9. Cordeiro com hortelã
  10. Manga com aipo
  11. Abacaxi com hortelã
  12. Brócolis com couve-flor
  13. Abóbora madura com gorgonzola

domingo, 2 de janeiro de 2011

Dica de leitura: Para ver é preciso querer

"Certa vez o Rav Yechezkel Levenstein estava em um taxi em Israel e começou uma conversa com o taxista. Em certo momento a conversa caiu no assunto de milagres que D'us faz para nos despertar. Então os olhos do taxista brilharam e ele começou a contar para o rabino uma história fantástica que havia vivenciado muitos anos atrás."
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O que é libertação

Leia em Libertação é confissão de pecados

"Libertação não é exorcismo, não é regressão, não é "sai-sai". Libertação é confissão de pecados.

Como muitas pessoas só conhecem o termo ‘possesso’ e só entendem que o inimigo está agindo na pessoa quando há uma manifestação demoníaca, a prática comum é fazer exorcismo, ou seja, expulsar os demônios. Mas nem sempre a pessoa foi liberta, porque a causa do endemoninhamento ainda não foi curada. E os demônios continuam com direito de agir na pessoa."
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