Publicação fixa: Argumentos lógicos X tratados teológicos

Meus textos questionando o sistema religioso e as mentiras do cristianismo são sempre com argumentos de raciocínio lógico, porque para mim vale o que está escrito sem interpretações humanas, sem oráculos para traduzir o texto... Continue lendo.

terça-feira, 22 de julho de 2008

Tipos de cristãos

Em relação ao ministério de aconselhamento e libertação, reconheço quatro grupos de cristãos nas nossas congregações.

O primeiro grupo são aqueles que gostam de sofrer. Eles têm síndrome de vítimas.

Esse tipo de cristão até procura por ajuda no ministério de libertação. Temos atendido muitas pessoas com esse perfil. Mas na verdade elas não querem mudar, não querem solução dos seus problemas. Parecem querer apenas atenção.

Os problemas delas são os maiores que de qualquer outra pessoa, aliás, parecem acreditar que só elas têm problemas. Mas na verdade não querem resolver o problema, porque se resolverem vão perder o conselheiro ou a conselheira. Essas pessoas sugam a nossa energia, tiram-nos do foco, desviam nossa atenção e normalmente nos faz perder um tempo precioso.

Toda semana elas voltam e quando perguntamos se fizeram o que aconselhamos, simplesmente dizem não. Algumas delas não admitem que têm problemas espirituais. Elas só querem tratar o sintoma. Mas quando aconselhamos o que fazer para tratar a causa, elas não admitem que precisam disso.

É muito cansativo encontrar esse tipo pela frente. Hoje, quando identifico alguém assim, procuro aconselhar, mas se a pessoa não toma uma decisão, não se posiciona, evito dedicar muita atenção a elas, porque o desgaste é muito grande.

Para uma pessoa ser internada em uma clínica de recuperação para dependentes químicos, ela precisa querer ser curada. O fato de querer já é meio caminho andado para a restauração. Algumas clínicas não aceitam pacientes levados contra a vontade por parentes. Elas só aceitam se a pessoa realmente quer ser tratada, se não, gasta-se tempo e dinheiro e o tratamento não funciona.

Um segundo grupo é formado por cristãos que gostam do pecado, foram seduzidos pelos prazeres do mundo. Ele vivem uma “vidinha mais ou menos”, comem, bebem, viajam, estão em festa.

Na verdade os cristãos desse grupo têm uma vida espiritual medíocre, porque vivem em cima do muro, com um pé na Igreja e outro no mundo. Não querem compromisso. Querem agradar a gregos e troianos, como diz o ditado.

Gostam muito de usar a expressão “não tem nada a ver”. E são aqueles que chamei de questionadores. Eles querem desculpas para pecar, então vivem buscando uma brecha para justificar seus atos. Fazem perguntas do tipo: “Mas, e se eu mentir por uma boa causa?”.

Esse tipo de cristão até procura libertação, mas normalmente por curiosidade ou porque um amigo indicou. Até participa de seminários, mas quando volta, não quer abandonar o pecado ou algo que tem atrapalhado o seu crescimento espiritual.

São bem parecidos com o jovem rico que Jesus mandou vender tudo o que tinha para segui-lo. O problema com o jovem não era a riqueza, o problema é que a sua riqueza era o que ocupava o primeiro lugar em seu coração e sua vida. E Jesus pediu que ele renunciasse isso. Mas ele não quis, porque era muito rico e tinha prazer nisso.

Os cristãos do terceiro grupo são que acham que não precisam de libertação. Confiam muito na justiça própria. Acreditam na meritocracia espiritual. Alguns querem apenas a salvação, que se contentam com um barraquinho de madeira lá no final da rua de ouro, onde começa a rua de barro. Elas dizem que só querem o que merecem e já está bom.

Tive oportunidade de falar a duas pessoas que pensavam dessa maneira, e disse a elas que eu não quero o que mereço, porque na verdade não mereço nada de bom. Eu quero a graça de Deus, quero o que não mereço, a salvação completa.

E outros desse grupo que pensam que merecem alguma bênção. Acreditam que são abençoados porque são bons. Esses cristãos acreditam que são bonzinhos, por isso Jesus deu a salvação para eles. E geralmente não aceitam a fraqueza do outro. Não admitem que a pessoa possa ter um área em que seja mais fraca. Na verdade são parecidos com o fariseu que Jesus conta, que orava no templo e agradecia a Deus por não ser igual àquele publicano pecador.

Falar de libertação com as pessoas desse grupo é muito difícil. Porque não admitem que suas enfermidades ou problemas podem ser conseqüência de pecado e acreditam que já foram libertas de tudo automaticamente quando aceitaram a Jesus, mas continuam enfermas, com problemas. Tudo de ruim que lhes acontece dizem que é da vontade de Deus. São os portadores do que chamei de síndrome de Jó, tudo para elas é provação ou foi Deus que quis assim.

E também é difícil falar sobre libertação com eles porque normalmente já têm um preconceito formado sobre o assunto, mas na verdade nunca leram um livro sequer sobre isso e nunca foram a um seminário. Eles deduzem pelas informações negativas de outros, que também não conhecem o assunto, mas falam mal. São os críticos sem autoridade.

E há, felizmente, o quarto grupo. São os cristãos que querem ser livres de verdade, odeiam o pecado, querem santidade. Eles reconhecem que são pecadores, como o publicano da parábola de Jesus, ao contrário do fariseu. São obedientes e buscam o Reino de Deus em primeiro lugar.

Esses, quando passam por libertação, levantam vôo, podemos vê-los desabrochar, crescer e se tornam guerreiros fiéis. Eles nos motivam a continuar. São nossa inspiração para não desistir. Mostram que vale a pena.

Na verdade, fazer parte desses grupos é uma questão de escolha. Nós podemos decidir o que queremos ser. Se reconhecemos que pertencemos a um dos três primeiros grupos, podemos escolher mudar e passar a ser um obediente e buscar santidade.

Você já fez a sua escolha? A que grupo você decide pertencer?

“Hoje invoco os céus e a terra como testemunhas contra vocês, de que coloquei diante de vocês a vida e a morte, a bênção e a maldição. Agora escolham a vida, para que vocês e os seus filhos vivam, e para que vocês amem o SENHOR, o seu Deus, ouçam a sua voz e se apeguem firmemente a ele.” Deuteronômio 30.19,20 [grifo meu]

Um comentário:

Leila Vasconcellos disse...

Kakakakakakaka... Essa é minha amiga Débora mesmo!
Amei quando você fala daqueles que se contentam com um barraquinho de madeira lá no final da rua de ouro, onde começa a rua de barro.