Foto: De Bonis
Fomos levar meu pai para visitar os parentes e meu sobrinho de dois anos foi junto, sem os pais. Só acreditei que ele iria depois que demos tchau para a mamãe e saímos. Ele nem se abalou, pegou a bolsa e foi embora. E se comportou muito bem durante toda a viagem. Só se estressava quando eu não conseguia entender o que ele falava. A mãe esqueceu de mandar a tecla SAP.
Na segunda casa visitada, minha prima havia planejado um jantarzinho básico e ficamos ali, acompanhando a preparação. Ele, no meu colo, muito curioso, queria ver tudo o que ela fazia. E eu respondendo a todos os “Que isso?”. Foi assim que ensinei o nome da couve-flor que ela colocou em cima da pia. E ele ficou vendo minha prima separar as flores, lavar e colocar na panela. E ele chamou a novidade de “fô”.
Jantar na mesa, ele comia muito bem o macarrão delicioso e aí lembrei de oferecer a “fô”, não acreditando que ele aceitaria. Sei que ele come quiabo etc, mas é criança, né?
Bem, ele aceitou, comeu e pediu mais. E mais, e mais. “Té mais fô”. E minha tia e minhas primas apaixonadas. Foi a atração do jantar. E ainda comia sozinho.
Mais de um mês depois, papai e mamãe foram ao mercado e ele foi junto. E quando já chegavam ao caixa, ele começou a dizer “Té fô”. E a mãe, que também precisa de tecla SAP de vez em quando, não entendia. E ele repetia a frase sem parar. A mãe pede para ele mostrar o que era, e ele aponta para uma linda couve-flor no carro de outra pessoa. A dúvida entre não ceder ou evitar que virasse pirraça de comercial de televisão. Mas, negar comida????? Decidiram comprar a couve-flor. E ele queria comer ali mesmo. Muita conversa para entender que precisava lavar e cozinhar.
Em casa, claro que uma parte da couve-flor foi logo para a panela. E ele comeu, e comeu. Comeu tudo e pediu mais. Acabou? Não, não pode. “Té fô, té fô, té fô, té fô”, já chorando. Enfim, convenceu-se de que amanhã mamãe faria mais.
No dia seguinte, quase na hora do almoço, mamãe abre a geladeira e ele vê a couve-flor crua que sobrou. E aí começa o diálogo:
“Té fô.”
“Mamãe vai fazer com o papá”.
“Não té papá, té fô.”
“Espera, mamãe vai fazer.”
E pronto, o almoço foi couve-flor.
E aí, novamente o locutor do comercial fala “Essa criança existe?”
Não tenho culpa, tenho é boa influência. E não me peçam para contar essa história, porque fico rindo e chorando ao mesmo tempo e a história não sai.
Um pouco de tudo, muito sobre mim, meu olhar sobre o mundo, minhas dicas culinárias e meu caminho de teshuvah. Penso, logo questiono. Questiono, logo incomodo. A certeza de estar no caminho certo e a sensação de que "tem alguma coisa errada" de-sa-pa-re-ceu.
Publicação fixa: Argumentos lógicos X tratados teológicos
Meus textos questionando o sistema religioso e as mentiras do cristianismo são sempre com argumentos de raciocínio lógico, porque para mim vale o que está escrito sem interpretações humanas, sem oráculos para traduzir o texto... Continue lendo.
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