A história da couve-flor me lembrou a história do brócolis.
P.S.: E tem também a história do maxixe.
No acampadentro dos juniores e adolescentes que organizei, incluí no cardápio legumes e verduras, claro. Quase todo dia havia brócolis e cenoura. E eu servia pelo menos um pedacinho para cada acampante.
"Tia, não quero isso".
"Ah, quer sim, só um pedacinho, tem que colocar no prato".
"Ai, tá bom."
Bem, não fiscalizei para ver se comeram ou se jogaram fora. A ideia era que colocassem no prato, comer já é outra história. Mas alguém ouviu o conselho de um deles em uma mesa: "Mistura com arroz e come rápido, nem sente o gosto".
Tudo ia muito bem, até que a preletora veio com o marido, os dois filhos e um sobrinho, que participariam das dinâmicas da palestra, e todos foram convidados para o churrasco do almoço naquele dia. Na hora de servir, eu me posicionei no meu posto dos legumes e havia... brócolis de novo. A fila andando e a choradeira de sempre: "Não quero isso". "Quer sim". E colocava no prato de todos.
No final da fila, a família da preletora. E quando chega a vez deles, o marido dela olha para mim e diz: "Não quero isso, obrigado".
Imaginem a minha reação.
"O quê? Como assim não quer? Todas as crianças e adolescentes são obrigados a colocar no prato e você diz que não quer? E o exemplo? Como eu vou ficar diante delas? Ah, quer sim, pelo menos um pedacinho".
E coloquei uma tirinha de brócolis no prato dele. Também não sei se comeu, mas estava lá, no prato, o verdinho delicioso.
Na avaliação por escrito do acampadentro, perguntei do que mais gostaram e do que menos gostaram. A resposta padrão para o que mais gostaram era: TUDO. Mas para o que menos gostaram, houve empate entre a cadeira de pensar da líder-supernanny (eu), o macarrão unidos venceremos (que eu fiz), e o... brócolis.
Um pouco de tudo, muito sobre mim, meu olhar sobre o mundo, minhas dicas culinárias e meu caminho de teshuvah. Penso, logo questiono. Questiono, logo incomodo. A certeza de estar no caminho certo e a sensação de que "tem alguma coisa errada" de-sa-pa-re-ceu.
Publicação fixa: Argumentos lógicos X tratados teológicos
Meus textos questionando o sistema religioso e as mentiras do cristianismo são sempre com argumentos de raciocínio lógico, porque para mim vale o que está escrito sem interpretações humanas, sem oráculos para traduzir o texto... Continue lendo.
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