Mãe é a principal agressora nos casos de violência na família
Em 70% dos casos de violência doméstica, quem bate é a mãe. Mas há saída para o problema, e ela envolve toda a família.
Era uma vez três meninas maltratadas pelos pais. Meninas que, infelizmente, não estão sozinhas.
Ana, Bianca e Flávia – nomes fictícios para proteger a identidade das meninas – hoje moram em abrigos. No nosso país, a cada 15 minutos surge uma nova denúncia de maus-tratos contra crianças, e muitas acabam na mesma situação em que elas estão.
Ana vive há três anos numa casa para crianças e adolescentes vítimas de violência. Ela não se esquece do dia em que chegou lá; foi o dia em que deixou de viver com a mãe. “Ela é pobre e desempregada e meu pai está na rua, fica mendigando”, explica a menina.
Casos de famílias que agridem os filhos são mais comuns do que se pensa. Em média, 18 mil crianças por dia são vítimas de violência doméstica no nosso país. Em 70% dos casos, a mãe é quem bate.
De todos os meninos e meninas que chegam a ser levados aos hospitais, quase metade (43,6%) sofreu abuso sexual praticado, em sua maioria, por pais e padrastos.
Flávia viveu esse horror dos 12 aos 13 anos. “Quando minha madrasta não estava em casa, meu pai abusava de mim”, lembra. “Um dia eu cheguei a perguntar por que ele fazia isso comigo, e ele falou que era porque eu comia e bebia às custas dele, então tinha que fazer o que ele mandasse”.
Quando Flávia começou a faltar na escola e fugiu de casa com medo do pai, a professora desconfiou. Foi a sua salvação. “Às vezes eu ainda sonho, acordo assustada”, conta.
Apenas 10% dos casos de abusos e violência contra menores são denunciados no nosso país. No caso de Bianca, foi a mãe dela quem pediu ajuda ao Juizado de menores. “Ela não me dava carinho, só sabe bater na minha cara”, diz.
Mesmo assim, o que Bianca quer é o mesmo que a maioria das crianças retiradas de casa pela violência: voltar para a família. “Quero ficar com a minha mãe, ué”, justifica.
Isso só é possível quando os pais também recebem ajuda, uma idéia que tem sido a solução para muitos dramas dentro de casa. Reunir a família novamente é o melhor para todo mundo, como aconteceu com uma família que visitamos.
“Senti falta da minha avó e da minha mãe, mas não do meu pai. Ele fazia covardia para a gente”, conta uma das meninas, mostrando marcas na perna. “Ele me queimava”. Ainda pequenas, as duas crianças com as agressões do pai; a a mãe, como tantas outras no nosso país, era uma testemunha silenciosa.
Era tanta violência que a Justiça tirou as duas de casa. As meninas só voltaram depois que uma instituição que trata não somente das crianças, mas também de mães e pais violentos, ofereceu ajuda. “Aprendi que não se deve bater nas pessoas que a gente gosta. Não precisa, é só conversar”, conta a mãe das meninas.
O segredo é conversar e não se calar. Quem suspeita de que uma criança esteja sofrendo violência deve denunciar. O número do disque-denúncia é 100.
A educadora Maria Luiza Padilha acredita que é possível superar essas situações de violência. “A gente vê meninos que voltam para sua família de origem ou para outras e vão dar excelentes adultos. Serão pessoas com um excelente caráter, e por aí vai. É possível dar a volta por cima”, garante.
Fonte: http://g1.globo.com/jornalhoje
Assista ao vídeo da matéria.
Em 70% dos casos de violência doméstica, quem bate é a mãe. Mas há saída para o problema, e ela envolve toda a família.
Era uma vez três meninas maltratadas pelos pais. Meninas que, infelizmente, não estão sozinhas.
Ana, Bianca e Flávia – nomes fictícios para proteger a identidade das meninas – hoje moram em abrigos. No nosso país, a cada 15 minutos surge uma nova denúncia de maus-tratos contra crianças, e muitas acabam na mesma situação em que elas estão.
Ana vive há três anos numa casa para crianças e adolescentes vítimas de violência. Ela não se esquece do dia em que chegou lá; foi o dia em que deixou de viver com a mãe. “Ela é pobre e desempregada e meu pai está na rua, fica mendigando”, explica a menina.
Casos de famílias que agridem os filhos são mais comuns do que se pensa. Em média, 18 mil crianças por dia são vítimas de violência doméstica no nosso país. Em 70% dos casos, a mãe é quem bate.
De todos os meninos e meninas que chegam a ser levados aos hospitais, quase metade (43,6%) sofreu abuso sexual praticado, em sua maioria, por pais e padrastos.
Flávia viveu esse horror dos 12 aos 13 anos. “Quando minha madrasta não estava em casa, meu pai abusava de mim”, lembra. “Um dia eu cheguei a perguntar por que ele fazia isso comigo, e ele falou que era porque eu comia e bebia às custas dele, então tinha que fazer o que ele mandasse”.
Quando Flávia começou a faltar na escola e fugiu de casa com medo do pai, a professora desconfiou. Foi a sua salvação. “Às vezes eu ainda sonho, acordo assustada”, conta.
Apenas 10% dos casos de abusos e violência contra menores são denunciados no nosso país. No caso de Bianca, foi a mãe dela quem pediu ajuda ao Juizado de menores. “Ela não me dava carinho, só sabe bater na minha cara”, diz.
Mesmo assim, o que Bianca quer é o mesmo que a maioria das crianças retiradas de casa pela violência: voltar para a família. “Quero ficar com a minha mãe, ué”, justifica.
Isso só é possível quando os pais também recebem ajuda, uma idéia que tem sido a solução para muitos dramas dentro de casa. Reunir a família novamente é o melhor para todo mundo, como aconteceu com uma família que visitamos.
“Senti falta da minha avó e da minha mãe, mas não do meu pai. Ele fazia covardia para a gente”, conta uma das meninas, mostrando marcas na perna. “Ele me queimava”. Ainda pequenas, as duas crianças com as agressões do pai; a a mãe, como tantas outras no nosso país, era uma testemunha silenciosa.
Era tanta violência que a Justiça tirou as duas de casa. As meninas só voltaram depois que uma instituição que trata não somente das crianças, mas também de mães e pais violentos, ofereceu ajuda. “Aprendi que não se deve bater nas pessoas que a gente gosta. Não precisa, é só conversar”, conta a mãe das meninas.
O segredo é conversar e não se calar. Quem suspeita de que uma criança esteja sofrendo violência deve denunciar. O número do disque-denúncia é 100.
A educadora Maria Luiza Padilha acredita que é possível superar essas situações de violência. “A gente vê meninos que voltam para sua família de origem ou para outras e vão dar excelentes adultos. Serão pessoas com um excelente caráter, e por aí vai. É possível dar a volta por cima”, garante.
Fonte: http://g1.globo.com/jornalhoje
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