A Palavra de Poder
Milton Azevedo Andrade, em Santidade e poder
" ‘A minha PALAVRA e a minha pregação não consistiram em linguagem persuasiva de sabedoria, mas em demonstração do Espírito e de PODER.’ (1Co 2.4)
Paulo nos diz no versículo acima que ele usava a palavra não apenas para transmitir sabedoria, ou conhecimentos, mas para que, através dela, houvesse a demonstração da ação do Espírito e de poder, Isso significa que através dela aconteciam conversões, curas, prodígios e maravilhas.
Um dia, depois do Pentecostes, Pedro e João subiram ao templo para orar. À porta do templo depararam-se corn um coxo de nascença, que costumava pedir esmolas naquele local. Diante do pedido do mendigo, Pedro lhe disse:
‘Não possuo nem praia nem ouro, mas o que tenho, isso te dou: em nome de Jesus Cristo, o Nazareno, anda!’ (At 3.6)
Veja que Pedro parou naquele momento, dando atenção ao coxo, mas ele não orou assim: ‘PAI, eu te peço que cures este paralítico, em nome de Jesus. Amém.’ Não foi deste modo. O apóstolo enfrentou aquela situação negativa com uma palavra de poder, conforme acabamos de ver. O texto prossegue dizendo que aquele homem se pôs em pé, passou a andar e entrou com eles no templo, saltando e louvando a Deus. Aleluia! A palavra de um filho de Deus, na unção do Espírito Santo, tem poder!
O poder da palavra proferida é um dos primeiros ensinos das Escritura. Você sabe quem foi que usou uma palavra de poder pela primeira vez? Foi o próprio Pai Criador.
À primeira expressão de uma palavra que está registrada nas Escrituras é: ‘Haja luz’. E houve luz! Os demais atos da criação também foram feitos com a palavra: ‘Haja firmamento... ajuntem-se as águas debaixo dos céus num só lugar... produza a terra relva...’ e assim por diante.
Nesses atos de criação a existência veio com a palavra proferida por Deus.
De Génesis 1 podemos deduzir qual é a definição exata do que é uma palavra de poder para nós: é proferir uma palavra, em nome do Filho (Jesus), a qual é segundo a vontade do Pai, e na força Espírito Santo. Foi o que aconteceu com Pedro, como vimos há pouco, quando proferiu urna palavra e o coxo foi curado. Vemos que, para que o poder de Deus se manifeste, é necessário haver uma palavra de poder. Isso vale para nós também, para nós que recebemos Jesus (que recebemos a Palavra).
Condição para se ter o poder da Palavra
Qualquer pessoa pode exercer o poder da palavra? O livro de Atos nos relata que sete filhos de um sumo sacerdote, chamado Ceva, tentaram usar uma palavra de poder, em nome de Jesus, para expulsar um espírito maligno. Diz o texto que eles ‘tentaram invocar o nome do SENHOR Jesus’, dizendo: ‘Esconjuro-vos por Jesus, a quem Paulo prega’. Mas o demónio saltou sobre eles, subjugando-os de tal modo que eles tiveram que fugir, desnudos e feridos. (Atos 19.13-16)
Não, não é qualquer pessoa. O versículo a seguir mostra-nos que há duas condições para que alguém possa usar uma palavra de pder:
‘Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o PODER de serem feitos filhos de Deus, a saber, aos que crêem no seu NOME.’ (João 1.12)
Este versículo não está dizendo que aquele que creu em Jesus ficou podendo ser fiiho de Deus. Não é ‘poder’ no sentido de possibilidade, ou de permissão. A palavra poder aí é exousia, no grego, que significa ‘autondade e poder’, conforme já vimos. Autoridade é ter o direito de deliberar, agir, mandar; e poder é o direito de fazer uso da força necessária para que se realize o que foi expresso através da autoridade, como também já foi ressaltado. Portanto, o sentido desta escritura é que Jesus (a Palavra) nos dá a autoridade e o poder que decorre de nos fazermos filhos de Deus. E a primeira condição para termos o poder da palavra é termos recebido a Palavra! (Aqui o verbo não está no plural porque ‘autoridade e poder’ é uma expressão em português que exprime uma condição (e não duas), e que corresponde ao sentido de exousia, no grego).
E este poder é dado aos que crêem no NOME de Jesus. Esta é a segunda condição. Crer em Jesus nos dá a salvação eterna; crer no NOME de Jesus nos dá poder! Pois o NOME de Jesus engloba tudo que ele é e faz (Coloquei a palavra NOME com maiúsculas para destacar que não se trata do simples nome ‘Jesus’,mas sim do que este NOME significa, conforme já vimos). Minha tradução para esse versículo é:
‘Mas a todos que receberam a Palavra, deu-lhes a autoridade e o poder (que se expressa pela palavra) de serem fílhos de Deus, aos que crêem no nome dele.’ (O verbo está no infinito aoristo médio (não passivo), por isso não é boa a tradução ‘serem feitos’, que é passiva. No grego este verbo muitas vezes signifiva simplesmente ‘ser’).
Isso quer dizer que a autoridade e o poder que decorre de serem filhos de Deus foi dado aos que receberam Jesus (a Palavra); mas há ainda outra condição: é para os que crêem no NOME dele. Assim, somente podemos usar palavras de poder quando cremos nesse NOME. Cremos que nele há poder, cremos que tudo o que estamos declarando, com a palavra, é segundo a vontade de Deus. Pois, conforme vimos antes, o NOME de Jesus somente pode ser usado em situações de justiça e retidão, no que é conforme o seu NOME.
Portanto, ao expressar uma palavra de poder, você precisa discernir que essa palavra é segundo a vontade do Pai, crendo no NOME do Filho, e sob a unção do Espírito. Portanto:
Temos poder, através da palavra, quando ela é expressa segundo a vontade do Pai, na unção do Espírito Santo, e crendo no NOME de Jesus Cristo.
Usando palavras de poder
Muitos não entendem que, em certas circunstâncias, temos que usar uma palavra de poder, em vez de dirigirmos uma oração a Deus. Vemos nas Escrituras que o próprio SENHOR Jesus, nosso Mestre, fez uso de palavras de poder, em diversas ocasiões. Considere os seguintes exemplos:
(1) ‘Retira-te, Satanás, porque está escrito: ao SENHOR, teu Deus, adorarás, e só a ele darás culto.’ (Mt 4.10)
(2) ‘E ele, despertando, repreendeu o vento e disse ao mar: Acalma-te, emudece!’ (Mc 4.39)
(3) ‘Jesus disse a uma figueira sem fruto: ‘Nunca mais alguém coma fruto de ti.’ (Mc 11.14)
(4) ‘Espírito mudo e surdo, eu te ordeno: Sai deste jovem e nunca mais tomes a ele.’ (Mc 9.25)
(5) ‘Vendo-a Jesus, chamou-a e disse-lhe: Mulher, estás livre da tua enfermidade.’ (Lc 13.12)
(6) ‘Respondendo-lhe Pedro, disse: Se és tu, SENHOR, manda-me ir ter contigo, por sobre as águas. E ele disse: Vem!’ (Mt 14.28-29)
(7) ‘E... clamou em alta voz: Lázaro, vem para fora!’ (João 11.43)
Em todas essas situações, Jesus proferiu uma palavra de poder, mediante a qual um milagre, ou uma ação sobrenatural ocorreu:
• Na expulsão de Satanás (1).
• Interferindo em fenômenos naturais que estão trazendo problemas (2).
• Amaldiçoando (3).
• Ná libertação, expulsando espíritos malignos (4).
• Na cura de enfermidades (5).
• Determinando que alguma coisa acontecesse; no caso, quebrando leis naturais (6).
• Na ressurreição de mortos (7).
Algumas dessas palavras foram dirigidas a demônios e a Satanás; outras, a enfermidades; outras, a pessoas; e outras, ainda, até mesmo à natureza. Quando recebemos o poder decorrente de sermos filhos de Deus, recebernos o mesmo poder que Jesus tinha como o Filho de Deus. Ele mesmo disse:
‘Em verdade, em verdade vos digo que aquele que crê em mim também fará as obras que eu faço, e as fará maiores do que estas, porque eu vou para meu Pai.’ (João 14.12 - SBTB)
Sim, uma vez que somos filhos de Deus por crermos em Jesus, temos o direito de fazer as obras que Jesus fez; e, portanto, temos o direito de usar palavras de poder! Isso significa que, nesses casos, em vez de orarmos ao Pai, pedindo-lhe que faça alguma coisa, nós é que comandamos que aquilo seja feito! E fazemos isso com respeito a algo que seja da vontade do Pai, em nome de Jesus e no poder do Espírito.
Os cristãos da Igreja primitiva também operaram com palavras de poder, e eles eram homens. Acabo de citar, há pouco, um exemplo de Pedro, proferindo uma palavra de poder.
De fato, há vários exemplos na Bíblia do uso de palavras de poder, dentre os quais podemos destacar, além desse:
• ‘Enéias, Jesus Cristo te cura! Levanta-te e arruma o teu leito.’ (Por Pedro, em Atos 9.34.)
• ‘E, voltando-se para o corpo (que estava morto), disse: Tabita, levanta-te!1 (Também por Pedro, em Atos 9.40.)
• ‘Disse-lhe (a um paralítico) em alta voz: Apruma-te direito sobre os pés!’ (Por Pauío, em Atos 14.10.)
• ‘Então Paulo, já indignado, disse ao espírito: Em nome de Jesus Cristo, eu te mando: retira-te dela.’ (Atos 16.18.)
• ‘Paulo, cheio do Espírito Santo, fixando nele os olhos, disse: Ó filho do diabo, cheio de todo o engano e de toda a malícia, inimigo de toda a justiça ... Pois, agora, eis aí está sobre ti a mão do SENHOR, e ficarás cego, não vendo o sol por algum tempo’’ (Atos 13.10-11).
Até mesmo no Antigo Testamento encontramos o uso de palavras de poder por profetas (pois somente eles tinham a unção do Espírito, naquele tempo, diferentemente de hoje, que todos os crentes a têm):
• ‘Elias lhe disse: A farinha da tua panela não se acabará, e o azeite da tua botija não faltará, até o dia em que o SENHOR fizer chover sobre a terra.’ (À viúva de Sarepta - 1Rs 17.13,14)
• ‘Então, saiu ele ao manancial das águas e deitou sal nele, e disse: Assim diz o SENHOR: Tornei saudáveis estas águas; já não procederá daí morte nem esterilidade. Ficaram, pois, saudáveis aquelas águas,... segundo a palava que Eliseu tinha dito.’ (2Rs 2.21-22)
Concluímos assim que, em certos casos, é bíblico usarmos uma palavra de poder em vez de orar a Deus, pedindo-lhe que opere com o seu poder.
Como vimos, Pedro, diante daquele coxo, não o curou orando ao Pai. Ele comandou a cura com uma palavra de poder, sabendo que podia agir como filho de Deus, fazendo tal como Jesus fazia. Como estamos proferindo essa palavra em NOME de Jesus, é o SENHOR quem opera; nós somos apenas o instrumento que ele usa. Infelizmente, porém, numa cura física os crentes de hoje, em sua maioria não agem como os primeiros cristãos. Aliás, oram mais ou menos com aquelas palavras da oração que Pedro não fez. Não é verdade?
Agora eu lhe pergunto: Quando devemos usar uma palavra de poder? É só vermos as situações em que Jesus a usou, conforme destacado antes. De um modo geral, isso ocorreu ao enfrenentar uma situação maligna, ou adversa, determinando que alguma coisa acontecesse, e também para amaldiçoar ou abençoar.
E nós igualmente recebemos toda autoridade para resistir a todo mal, inclusive ao próprio diabo:
‘Eis aí vos dei autoridade... sobre TODO o PODER do maligno’ (Lc 10.19)
Nesta palavra de Jesus, ‘autoridade’ é exousia; e o ‘o ‘poder’ (do inimigo) é dynamis, no grego. Isto significa que Cristo nos deu autoridade e o poder sobre toda a força (dynamis) do inimigo. Ele nos deu, portanto, o direito de usarmos uma palavra de poder contra o diabo, apesar da força que ele possa ter. E isso é confirmado por Tiago:
‘Resisti ao diabo, e ele fugirá de vós.’ (Tg 4.7b)
E esta escritura declara que, quando resistimos ao diabo (proferindo uma palavra de poder), só lhe resta fugir de nós!
Portanto, em tais situações, em que temos que resistir a um mal, o certo é enfrentarmos o problema com uma palavra de poder, e não ‘pedir a Deus para agir, para resolver o caso’!
Mas não somente podemos usar uma palavra de poder diante de uma situação negativa. Quando Jesus, andando sobre o mar disse a Pedro: ‘Vem!’, ele sabia que uma lei natural seria quebrada. E Pedro andou sobre as águas! Que poder a palavra tem!
Outro episódio interessante é o texto bíblico que nos relata a maldição que Jesus lançou sobre uma figueira (Marcos 11.13-14). Ao passarem no dia seguinte por aquele mesmo caminho, os discípulos tiveram uma surpresa:
‘E, passando eles pela manhã, viram que a figueira secara desde a raiz. Então, Pedro, lembrando-se, falou:
— Mestre, eis que a figueira que amaldiçoaste secou.
Ao que Jesus lhes disse:
— Tende fé em Deus; porque em verdade vos afirmo que, se alguém DISSER a este monte: Ergue-te e lança-te no mar, e não duvidar no seu coração, mas crer que se fará o que diz, assim será com ele.’ (Mc 11.20-23)
A figueira tinha ficado totalmente seca! Explicando, então, o que acontece quando usamos uma palavra de poder, Jesus afirmou que podemos remover até mesmo um monte com a palavra.
[...] E o que ele nos diz para fazer é dar urna ordem para o monte! Ele não nos diz para orarmos a Deus para que o SENHOR remova o monte. Ele nos dá poder para nós repreendermos o mal, para nós movermos o monte em seu NOME.
Isso podemos fazer, pois o SENHOR nos outorgou o direito de seu NOME (crendo nesse NOME!) Temos a sua procuração e, portanto, nós expressamos uma palavra, mas o poder é dele, é ele cera o milagre, é ele que atua, através do Espírito Santo.Jesus estava ensinando-nos que temos que fazer uso de palavras poder!"
Um pouco de tudo, muito sobre mim, meu olhar sobre o mundo, minhas dicas culinárias e meu caminho de teshuvah. Penso, logo questiono. Questiono, logo incomodo. A certeza de estar no caminho certo e a sensação de que "tem alguma coisa errada" de-sa-pa-re-ceu.
Publicação fixa: Argumentos lógicos X tratados teológicos
Meus textos questionando o sistema religioso e as mentiras do cristianismo são sempre com argumentos de raciocínio lógico, porque para mim vale o que está escrito sem interpretações humanas, sem oráculos para traduzir o texto... Continue lendo.
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Um comentário:
Obrigada amiga, entendi direitinho!!!
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