Em um curso de formação de libertadores no Rio de Janeiro o preletor perguntou quantos pastores havia na turma. Cerca de 1/4 dos presentes levantaram as mãos. E o preletor pensou alto: "É, os Davis ficaram em casa e mandaram o povo para a guerra ..."
Esse é o quadro de praticamente todos os cursos, congressos, seminários que participamos. As ovelhas estão buscando, sedentas, mas os líderes não estão presentes. E a frustração dessas ovelhas é enorme, porque elas querem avançar, mas os líderes ficam puxando para trás.
Isso me fez lembrar da cena do filme que gostamos muito e conversamos várias vezes sobre ela em casa. E Neil Cole percebeu o mesmo e escreveu a cena no seu livro Igreja orgânica (Habacuc).
Creio que é isso que as ovelhas gostariam de dizer aos pastores nesse momento de insatisfação geral com a igreja institucionalizada em que estamos vivendo. Os pastores são os que poderiam virar a mesa, têm a faca e o queijo na mão, têm a autoridade para fazer diferente. Mas não o fazem.
Se eles soubessem que muitos os seguiriam se eles realmente quisessem e liderassem uma reforma radical, se eles soubessem que é isso que as pessoas anseiam...
Leiam a cena do filme. É nosso grito por uma virada...
"William Wallace (representado por Mel Guibson) no filme Coração valente tinha uma autoridade verdadeira. Ele não possuía nenhum título ou posição e podia não se importar com essas coisas mesmo quando lhe eram dadas. O que se caracterizava era um inspirador senso de dever para lutar pela liberdade a qualquer preço. Ele tinha os ouvidos e o coração do povo da Escócia. Isso é autoridade real. Aqueles que detinham posições na Escócia não tinham o coração das pessoas e assim não possuíam autoridade verdadeira.
Em uma cena emocionante, Wallace está falando com Robert the Bruce, que é o verdadeiro herdeiro do trono da Escócia. Com paixão, Wallace olha nos olhos dele e diz:
— Se somente liderá-los, eles o seguirão.
Então, com um brilho de esperança, lança mais uma ideia, dizendo:
— E eu também."
Resposta de um leitor:
Agenda dos pastores
"Acabei de ler seu artigo Carta aberta aos pastores, e concordo plenamente com você.
Então pensei: de repente alguns colegas pastores estão tão comprometidos com 'a obra' que não têm tempo de estar em apenas congressos, seminários, cursos etc. Digo 'apenas, pois já ouvi de um que o mais importante são as reuniões regulares no 'templo'.
Cito 'a obra' porque mais do que nunca, quase todas as vezes que encontro esse tipo de pastores e que podemos conversar, o assunto não conserne ao Reino, mas sempre tem a ver com paredes, terrenos e reforma nos gabinetes e salas. Quando não, nunca há tempo para tais compromissos, já que sempre haverá reuniões com a junta-diaconal, comissão de obras, coral, cantatas etc.
Outra razão que permeia a falta de tempo eclesiástico de muitos, é que não conseguiriam estar longe dos púlpitos ou 'altares'; considerando que eles não sejam os preletores ou não participem diretamente do evento, este passa a não ser ínteressante pois eles não poderiam participar, já que sua visão de participação ativa consiste em ocupar um lugar de destaque e visibilidade, não ficar nos bancos apenas.
Tem ainda a questão daqueles que estão ligados a denominações, convenções, redes, visões etc, pois sempre que são convidados surge a pergunta: 'pertence a visão?'; 'que denominação está a frente?'... ou quando não: 'eu preciso ver na agenda da rede se tem alguma coisa'; 'se eu for, preciso sair cedo pois eu dou sempre prioridade à nossa agenda'.
Tenho amigos que estão com suas agendas repletas até 2010. Isso me motivou a refletir em como a pressão cultural religiosa tornou as lideranças reféns de si mesmas."
CVT, Rio de Janeiro
Um pouco de tudo, muito sobre mim, meu olhar sobre o mundo, minhas dicas culinárias e meu caminho de teshuvah. Penso, logo questiono. Questiono, logo incomodo. A certeza de estar no caminho certo e a sensação de que "tem alguma coisa errada" de-sa-pa-re-ceu.
Publicação fixa: Argumentos lógicos X tratados teológicos
Meus textos questionando o sistema religioso e as mentiras do cristianismo são sempre com argumentos de raciocínio lógico, porque para mim vale o que está escrito sem interpretações humanas, sem oráculos para traduzir o texto... Continue lendo.
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