Publicação fixa: Argumentos lógicos X tratados teológicos

Meus textos questionando o sistema religioso e as mentiras do cristianismo são sempre com argumentos de raciocínio lógico, porque para mim vale o que está escrito sem interpretações humanas, sem oráculos para traduzir o texto... Continue lendo.

quarta-feira, 30 de abril de 2014

Racismo ou bullying????

Ah, muito cansada desse discurso de racismo no Brasil, onde praticamente todos têm sangue de várias cores e onde zoar, fazer bullying, é a coisa mais normal. O povo faz bullying o tempo todo e fica se doendo por uma "brincadeira" em campo de futebol. Santa hipocrisia. Vem para as redes sociais e xinga o amigo de outro time de vários nomes bonitinhos, lá no estádio deve xingar de outros nem tão bonitinhos assim.

Só quem foi criança pobre branca e de olhos claros nesse país é que sabe que a maior discriminação é social e não racial. E mesmo depois de adulta sou olhada com desprezo em lojas e restaurantes, só porque não ando na maldita ditadura da moda e consumismo. Então, me poupem!!!!!

Macarrão sem tempero, branquela, Omo Total, Gasparzinho, fantasminha camarada, Jornal dos Sports ou camarão (quando vai à praia), rolha de poço, baleia, cabeção, quatro olhos, vara de virar tripa, varapau, macaco, negão, cabelo bombril, nerd, CDF, sabe-tudo, loira burra, Amarelo choco, molenga, aeroporto de mosquito, branco azedo, canhão, macaca albina...

Ah, ficaria o resto do dia listando "adjetivos". E isso tudo para mim tem o nome moderno da mesma doença: BULLYING. Vamos tratar a doença certa. Bullying, o nome da doença é BULLYING. E é uma doença grave, epidemia nessa sociedade podre e cruel. Causa feridas profundas nas pessoas.

Mas quem quer deixar de parar de fazer bullying começando em parar de zoar o amigo que torce pra outro time de futebol? E na hora da zoação não é racismo, é "brincadeira"? Ahã, não me engana que eu não gosto. Prestem atenção quando a família se reúne, ou quando os amigos se encontram, é bullying o tempo todo.

Racismo para mim é não dar emprego por causa da cor da pele. Racismo para mim é não deixar o(a) filho(a) casar com alguém de cor de pele diferente, é não permitir que a pessoa entre no restaurante por causa da cor da pele, é proibir pessoas com cores diferentes entrarem no mesmo ônibus, é recusar atendimento em uma loja porque a pessoa tem a pele diferente da sua, ou recusar ser atendido por um médico de cor diferente da sua, é ter um time de futebol com pessoas todas da mesma cor de pele, é proibir que o cara seja um famoso jogador de futebol por ter a cor da pele diferente. Etc etc etc. Isso para mim é racismo. O resto é bullying, bullying, bullying.

E fazer bullying para mim é fazer bullying, com a cor da pele, com o gordo, com o magro, com o inteligente, com o ignorante. E avalie se você está mesmo curado disso, pense se você não zoa seu amigo o tempo todo, busque na memória os momentos em grupo e pense se não é isso que acontece em todos os ambientes, casa, escola, estádio de futebol, igreja, trabalho, internet, em todos os ambientes dessa sociedade doente há bullying de sobra. Pense nisso da próxima vez em que fizer bullying virtual quando for comentar a foto de um amigo nas redes sociais, pense duas vezes antes de escrever a zoação.

Chamar de macaco é racismo, mas me chamar de branca azeda é brincadeira????? Digo de novo: vamos tratar a doença certa. Bullying, o nome da doença é BULLYING.

E termino repetindo o que escrevi em outro post:

Dia Mundial para Eliminação da Discriminação Racial??

Ahhhhh, hoje é o Dia Mundial para Eliminação da Discriminação Racial.????

Ah, tá, então que tal os governos brasileiros pararem de perguntar a nossa raça ou cor na hora de preencher uma ficha em hospitais, escolas, IBGE?

Desculpe, mas acho uma grande hipocrisia as campanhas contra o racismo que os governos fazem, porque são eles que incentivam o racismo no Brasil quando colocam esse tipo de pergunta nos formulários e certidões de nascimento.

Vou colar aqui o que comentei no Twitter na época do último Censo:
“Estressei com o recenseador do IBGE. Uma pergunta era qual é a nossa raça e cor. Respondi: somos da raça humana e não temos cor definida.
Ele disse que não há opção 'raça humana' no questionário. E eu disse que me recusava a responder. Não faço ideia do que ele escreveu.
Só um exame de DNA para dizer qual minha origem predominante. Sou descendente de mulato, cafuzo e mameluco. Nem eu sei o que sou.
Ah, e esqueci de dizer que sou mutante, porque quando vou à praia mudo de cor.
Fazem tantas campanhas contra o preconceito e querem saber quantos brancos, negros, pardos etc há no Brasil. Ninguém merece, IBGE.
IBGE: a geladeira é branca, o papel pardo (kraft) é pardo, o carvão é preto, há rosas vermelhas e amarelas... e a minha cor é brasileira.”

"Todo brasileiro, mesmo o alvo, de cabelo louro, traz na alma, quando não na alma e no corpo, a sombra, ou pelo menos a pinta, do indígena e/ou do negro." Gilberto Freyre


Ilustração retirada da internet.

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