"Estas são as festas fixas do Eterno, as reuniões sagradas que vocês proclamarão no tempo devido: Pessach do Eterno, que começa no entardecer do décimo quarto dia do primeiro mês. No décimo quinto dia daquele mês começa a festa do Eterno, a festa dos pães sem fermento; durante sete dias vocês comerão pães sem fermento. No primeiro dia façam uma reunião sagrada e não realizem trabalho algum. Durante sete dias apresentem ao Eterno ofertas preparadas no fogo. E no sétimo dia façam uma reunião sagrada e não realizem trabalho algum." Lv23.4-8
Estamos na semana de pães sem fermento, quando já limpamos a casa e retiramos todo o chametz, os grãos que fermentam. E além da limpeza do chametz, precisamos nos livrar do fermento da religiosidade e para isso precisamos tirar a lente do sistema religioso para entender a Torah (Pentateuco).
Os religiosos deturparam os ensinos de Jesus e de Paulo e seguem uma coisa que não existe na Bíblia. Em nenhum momento eles pregaram contra a Lei, contra a Torah. Eles foram fiéis cumpridores dela. O que eles condenaram é o exagero da Lei, os acréscimos, as regras humanas, o fermento dos religiosos.
Os religiosos da época de Jesus seguiam, além da Torah, a lei oral. Mas seguir a lei oral é praticamente impossível, porque são muitas regras absurdas, que oprimem a pessoa. E foi isso que Jesus e Paulo condenaram. A Torah é muito simples, mas os homens insistem em complicar, até hoje fazem isso e os grupos religiosos criam suas regras humanas.
Quando a Torah fala em não trabalhar no shabat, é isso que quer dizer, não trabalhar. Mas aí os religiosos inventaram um monte de regras, tipo não pode andar além de uma certa distância, não pode tomar banho, não pode isso, não pode aquilo, e principalmente não pode ajudar o próximo. E foi isso que Jesus criticou quando curou e fez o bem no shabat. Os religiosos, com a desculpa da Lei, não se moviam para ajudar alguém que precisasse, só porque era shabat. Usavam a Lei para justificar o pecado.
O grande problema é que os religiosos nem sabem o que é pecado, fazem uma filosofia enorme para tentar explicar, mas não conseguem, aí criam regras humanas. Mas está bem claro que pecado é a transgressão da Lei [Torah, Pentateuco]: "Todo aquele que pratica o pecado transgride a Lei [Torah, Pentateuco]; de fato, o pecado é a transgressão da Lei" (1Jo3.4), e iniquidade significa condição de quem não cumpre a Lei. Mas as traduções antigas da Bíblia mudaram isso e aí virou essa confusão que temos hoje.
Por isso, obedeçamos à Torah e nos livremos do fermento dos religiosos e suas regras humanas.
P.S.: Diferente do que ensinam, a Torah não é impossível de cumprir, o próprio Eterno disse isso, veja:
"Vocês obedecerão de novo ao Eterno e seguirão todos os seus mandamentos que lhes dou hoje.
Então o Eterno, o seu Pai, abençoará o que as suas mãos fizerem, os filhos do seu ventre, a cria dos seus animais e as colheitas da sua terra. O Eterno se alegrará novamente em vocês e os tornará prósperos, como se alegrou em seus antepassados, se vocês obedecerem ao Eterno, ao seu Pai, e guardarem os seus mandamentos e decretos que estão escritos neste Livro da Lei, e se se voltarem para o Eterno, para o seu Pai, de todo o coração e de toda a alma.
O que hoje lhes estou ordenando não é difícil fazer, nem está além do seu alcance.
Não está lá em cima no céu, de modo que vocês tenham que perguntar: 'Quem subirá ao céu para consegui-lo e vir proclamá-lo a nós a fim de que lhe obedeçamos?'
Nem está além do mar, de modo que vocês tenham que perguntar: 'Quem atravessará o mar para consegui-lo e, voltando, proclamá-lo a nós a fim de que lhe obedeçamos?'
Nada disso. A palavra está bem próxima de vocês; está em sua boca e em seu coração; por isso vocês poderão obedecer-lhe." [grifos meus] Dt30.8-16
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