Repetido todo ano, no "Dia dos Namorados". Publicado originalmente em 2009
Quando eu era pré-adolescente, presenciei algumas senhoras casadas conversando e falando sobre um cantor de músicas românticas. Elas suspiravam e diziam acreditar que esse cantor tratava sua esposa com o mesmo romantismo e carinho que cantava em suas músicas. E ao mesmo tempo essas mulheres reclamavam dos maridos, porque não eram românticos como as músicas falavam.
Desde então tenho percebido a ilusão que essas músicas românticas produzem nas pessoas, principalmente nas mulheres. Esposas infelizes, porque seus maridos não são como os homens cantados nas canções de amor. Na verdade essa é a síndrome do príncipe encantado, com quem elas passam o resto da vida sonhando, apesar de terem casado com um homem comum. Já vi casamentos destruídos por causa dessa ilusão.
As pessoas querem preencher um vazio dentro do coração com o marido ou com a esposa. E jogam em cima do outro todas as expectativas de preenchimento desse vazio. Um vazio que é espiritual, que nenhum homem ou mulher pode satisfazer. E por isso trocam de parceiros constantemente, porque ficam procurando um que tenha todos os requisitos para acabar com a carência do coração. E assim as pessoas se tornam eternas insatisfeitas e frustradas.
As pessoas fazem declarações de amor perigosas. Dizem que o(a) namorado(a) ou cônjuge é o(a) dono(a) do seu coração. Que é a razão de sua vida. Que não vive sem ele(a). Que pensa nele(a) 24 horas por dia. Mas infelizmente as pessoas suspiram pela pessoa errada, porque essas declarações deveriam ser ditas ao Eterno e não a um ser humano.
Estávamos em um evento para crianças em uma instituição religiosa, e quando o acabou, fomos para o salão principal, onde os adultos se reuniram. E chegamos bem na hora em que o líder homenageava um casal que estava completando 50 anos de casados. O líder pede então que o homem faça uma declaração de amor para a esposa e o marido começa a dizer as frases terríveis citadas acima. Depois o líder retoma a palavra e pergunta ao auditório: "Que mulher não gostaria de receber uma declaração igual?". Não consegui segurar e pensei alto: "Eu NÃO gostaria. Se meu marido falar isso para mim, mando ele se converter. A razão da vida dele deve ser o Eterno e não eu", pensei tão alto que algumas pessoas ao meu lado ouviram e me olharam atravessado. Acho que dessa vez sou quase a única maluca.
Esse amor que se dedica ao cônjuge, na verdade, deveria ser direcionada ao Eterno. Ele deveria ser o dono do nosso coração, da nossa mente. É nele que deveríamos pensar 24 horas por dia. É por ele que deveríamos suspirar.
Quando as pessoas obedecerem ao “amar o Eterno, o nosso Pai, de todo o coração, de toda a alma e de todas as forças" (Deuteronômio 6.4,5), nunca mais se sentirão insatisfeitas e o vazio do coração vai ser preenchido. Precisamos ser menos passionais, deixando que o Eterno controle nossas emoções.
Eu amo e respeito o meu marido. Mas o dono do meu coração é o Eterno. O amor da minha vida é o Eterno. Eu posso viver sem qualquer pessoa ou coisa, mas eu não vivo sem o Eterno. O Eterno é a razão da minha vida. Eu não sou metade que se completa com outra metade. Sou uma pessoa completa e única no Eterno.
"Ouça, ó Israel: O Eterno, o nosso Pai, é o único Soberano. Ame o Eterno, o seu Pai, de todo o seu coração, de toda a sua alma e de todas as suas forças." Deuteronômio6.4,5
"Ó Eterno, tu és o meu Pai, eu te busco intensamente; a minha alma tem sede de ti! Todo o meu ser anseia por ti, numa terra seca, exausta e sem água." Salmo63.1
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