Publicação fixa: Argumentos lógicos X tratados teológicos

Meus textos questionando o sistema religioso e as mentiras do cristianismo são sempre com argumentos de raciocínio lógico, porque para mim vale o que está escrito sem interpretações humanas, sem oráculos para traduzir o texto... Continue lendo.

sábado, 27 de junho de 2015

Lei civil X lei religiosa ou crime X pecado

Publicado originalmente em 15jan2015.

Que as religiões vivem se atacando, cada uma querendo ser a verdadeira verdade, todo mundo sabe.

O grande problema é a religião querer impor suas leis aos que não são da sua religião. Pode ser pecado, ou haram, mas não é crime, e vice-versa. Mas as religiões vivem se metendo nas leis civis e nas leis das outras religiões.

Adultério pode ser pecado para algumas religiões, mas no Brasil não é mais crime. Então para os adeptos dessas religiões é lei não adulterar, mas para quem não segue essas crenças, o problema é pessoal. A pessoa é livre para fazer suas escolhas.

Desenhar um profeta pode ser pecado, pode ser haram, mas se o país em questão não tem essa lei, quem não é dessa religião não tem que obedecer.

Roubar é pecado e é crime. Então todos deveriam obedecer. E cada um deve responder de acordo com o tribunal, recebendo a respectiva pena de acordo com o sistema, como cidadão pode ser preso, como religioso pode ser excomungado.

Mentir é pecado e é crime. Idem.

Poligamia não é pecado para algumas religiões, mas na maioria dos países é crime. E agora?

E assim sucessivamente.

Há religiões que respeitam esse princípio e não têm bancada no Congresso, por exemplo, principalmente porque não fazem proselitismo, não querem converter o outro à força. Mas há outras que fazem questão de exigir que suas leis religiosas virem leis civis.

O pior de tudo é a hipocrisia das religiões que nem mesmo os seus seguidores obedecem às suas leis religiosas, mas querem exigir que a sociedade civil obedeça.

Se cada segmento se restringisse aos seus assuntos seria perfeito. O cidadão obedecendo às leis da sociedade civil, o religioso obedecendo às suas leis religiosas, e ninguém se metendo nas leis do outro. Ah, seria perfeito!

Quando eu era religiosa nunca gostei de proselitismo, mas como era praticamente uma imposição da religião e eu não tinha "dom" para isso, convivia com um belo sentimento de culpa. Hoje, depois que me libertei da prisão da religião, posso dizer que odeio proselitismo, odeio que venham pregar para mim, e não prego para ninguém, não invado o espaço de ninguém para divulgar minhas crenças. Escrevo no meu blog, nas minhas páginas das redes sociais, usando meu direito de liberdade de expressão, mas não invado o espaço de ninguém para discordar ou debater religião. Cada um segue o que quer. O que não gosto ou não concordo nos blogs e perfis dos outros apenas ignoro.

E por falar em converter o outro à força, falando das três maiores religiões, o judaísmo não faz proselitismo, não se mete nas leis do país, e em Israel há muito mais liberdade do que em outros países dito laicos, suas leis religiosas são apenas para os seus seguidores. O cristianismo faz proselitismo e já "converteu" muitos à força, principalmente judeus, já matou muitos que não quiserem se render a essa conversão e vive se metendo nas leis civis, querendo transformar pecado em crime. E o islamismo faz proselitismo, "converte" à força, mata quem não se "converte" e mata quem não segue suas leis religiosas em países em que essas leis não são consideradas crimes.

O resumo de tudo é que não se pode condenar ou matar porque o outro não respeitou a lei religiosa de um grupo religioso se essa lei não é crime no país. E se houve violação das leis civis, o caminho é mover um processo básico e deixar a Justiça cuidar do assunto. Mas nada, absolutamente NADA, justifica a maldade e a violência.

E se você não é Charlie, você é contra a liberdade de expressão e a favor da violência, não tem outra opção.


P.S.: Obs.: Sou ex-cristã, e o que vivo combatendo, no meu blog e nos meus perfis, é a falta de coerência do cristianismo, é não ter leis claras, é dizer que segue a Torah, mas abolir por conta própria alguns mandamentos, fazendo uma grande confusão na mente das pessoas, inclusive na dos seus seguidores, e ainda condenar e acusar de heresia quem quer obedecer a todos os mandamentos do código de leis que eles dizem seguir. Coerência seria assumir que não seguem a Torah e criar então suas próprias leis e tornar isso bem claro e transparente.

2 comentários:

Caixapostal disse...

OI Débora, como sempre é um prazer falar contigo. Nos teus posts vc sempre cita tão somente (ao menos que eu tenha lido) o AT. Você nunca cita Jesus Cristo, vc não acredita no Messias (como os judeus)?
obrigado

Débora De Bonis disse...

Olá,

Vou te responder com um trecho de um texto do blog, que vc pode ler todo em http://deboradebonis.blogspot.com.br/p/eu-creio.html

" O que chamam de Novo Testamento está sub judice, e os evangelhos também não podem contrariar a Torah, e tudo que contraria coloco na conta de Roma e deixo em espera também. Há muitos artigos na internet sobre os erros de tradução, enxertos nos textos, textos entre colchetes, possíveis alterações propositais por parte de Roma para camuflar a origem israelita de Jesus e as práticas da Torah, muitos textos usados sem contexto e que viraram doutrinas evangélicas, e quando vamos pesquisar direito, não é bem isso que o contexto está dizendo, e o pior de tudo, como já citei em outro capítulo, são os textos que ouvimos e repetimos a vida toda como verdade, só que eles NÃO estão no Novo Testamento, nem no Tanach, mas podíamos garantir que estavam lá, mas não sabíamos onde, e assim de tanto ouvirmos mentiras elas acabam viraram verdades. Os textos de Paulo e as outras cartas, principalmente o que interpretaram deles, para mim NÃO são considerados "Escrituras" ou "Bíblia" ou "Palavra do Eterno". Para mim são livros como os que leio atualmente, de autores modernos, e sigo o conselho do próprio Paulo, examino tudo e guardo o que é bom, ou seja, bom é o que não contraria a Torah. Se quiser saber mais sobre "paulinismo", entre em http://libertacaoeteshuvah.blogspot.com.br/2012/12/yeshua-ou-paulo-quem-e-o-messias.html. E Apocalipse ainda está sendo analisado, e ainda não me sinto confortável para falar sobre ele. Em stand by. "

E cito outro texto que publiquei nas Diretas do blog:

"Umas das profecias sobre o Messias é que ele fará com que Israel volte a seguir a Torah. Então, ou Jesus não aboliu a Torah como dizem (ou parte dela como convém, como guardar o sábado, não comer porcarias, celebrar as festas de Levítico etc), ou ele não é o Messias. Decida-se. E tem gente que despreza os judeus e vive dizendo que eles precisam de Jesus, mas como vão acreditar em um messias que cuspiu e pisou na Torah?
"De uma lua nova a outra e de um sábado a outro, toda a humanidade virá e se inclinará diante de mim", diz o Senhor." Is66.23
"E muitos povos e nações poderosas virão buscar o Senhor dos Exércitos em Jerusalém e suplicar o seu favor. Assim diz o Senhor dos Exércitos: 'Naqueles dias, dez homens de todas as línguas e nações agarrarão firmemente a barra das vestes de um judeu e dirão: ‘Nós vamos com você porque ouvimos dizer que Deus está com vocês’ ". Zc8.22,23
"Ninguém fará nenhum mal, nem destruirá coisa alguma em todo o meu santo monte, pois a terra se encherá do conhecimento do Senhor como as águas cobrem o mar." Is11.9
"Então, os sobreviventes de todas as nações que atacaram Jerusalém subirão ano após ano para adorar o rei, o Senhor dos Exércitos, para celebrar a festa das Cabanas." Zc14.16"