Publicação fixa: Argumentos lógicos X tratados teológicos

Meus textos questionando o sistema religioso e as mentiras do cristianismo são sempre com argumentos de raciocínio lógico, porque para mim vale o que está escrito sem interpretações humanas, sem oráculos para traduzir o texto... Continue lendo.

sábado, 31 de outubro de 2015

Dica de leitura: Cristianismo pagão

Não é tempo de reforma.
É tempo de restauração, de retorno às raízes, ao original, é tempo de teshuvah.

Up. Publicado originalmente em 23/dez/2008

É tempo de restauração. Se você quer saber de onde vêm as práticas de culto das igrejas, leia CRISTIANISMO PAGÃO, a origem das práticas de nossa Igreja moderna, de Frank Viola.
Com uma minuciosa pesquisa histórica e riqueza de fontes, Viola nos faz refletir sobre: 1. Liturgia. 2. Sermão. 3. Edifício da Igreja. 4. Pastor. 5. Costumes Dominicais. 6. Ministros do Louvor. 7. Dízimos e Salários Clericais. 8. Batismo e Ceia do Senhor. 9. Educação Cristã. 10. Outra Perspectiva do Salvador. E 11. Abordagem ao NT.
Mas prepare-se para ser confrontado e às vezes ficar com as entranhas se contorcendo.
Leia o prólogo e o prefácio:

Prólogo

Este livro deveria ter sido escrito há 300 anos. Se isso tivesse ocorrido, a direção da história cristã seria totalmente distinta daquela que tomou.
Se cada ministro lesse este livro hoje, ele deixaria o ministério amanhã ou viveria uma vida de hipocrisia.
A maioria de nossas práticas da fé cristã não tem absolutamente nada a ver com o NT. Praticamente tudo que fazemos hoje como cristãos chegou até nós incidentalmente. Virtualmente, todas nossas principais práticas chegaram até nós durante os 50 anos do Imperador Constantino (d.C. 324) ou durante os 50 anos após o começo da Reforma (1517).
Viola nos prestou um grande serviço traçando a origem de todas nossas práticas protestantes.
Meu único pesar é que este livro será apenas um entre os 100 mil livros impressos este ano sobre a temática cristã.
Trezentos anos atrás — ou mesmo duzentos — Cristianismo pagão seria um entre poucas centenas de livros e, portanto, lido por uma grande porção de cristãos. Você pode ajudar a remediar isso falando deste livro para todos seus amigos.
A propósito, você também enfrentará uma crise de consciência após ler este livro. Você tomará conhecimento das origens pagãs e não bíblicas de tudo que fazemos hoje. Você nunca poderá voltar a dizer, “Nos baseamos na Bíblia. Fazemos tudo conforme o NT”. Praticamente não fazemos nada que seja neotestamentário, como veremos.
Mas há uma tragédia maior aqui. Tomamos o NT e o torcemos, fazendo o NT endossar o que fazemos hoje. Esta mentalidade — que é universal — foi absorvida tanto pelo leigo como pelo clero... Esta mentalidade vem — e continua — destruindo a fé cristã.
Herdamos uma situação tal que não temos absolutamente nenhuma idéia de como nossa fé deveria ser praticada.
O que é que precisamos fazer? No que se refere à prática de nossa fé hoje, necessitamos começar tudo da estaca zero, deixando de lado tudo que praticamos hoje.
Em segundo lugar, necessitamos aprender a história do século I e depois prosseguir em nossas próprias práticas.
Mais uma vez, recomendo não apenas a leitura deste livro, mas também falar sobre ele com outros cristãos que conhece para que também o leiam.
E depois? Siga sua consciência. Faça isso, e verá o ressurgimento daquelas simples e primitivas práticas do século I.
Gene Edwards, Jacksonville, Flórida

"A experiência provê a dolorosa prova de que as tradições, uma vez engendradas, são primeiramente tidas como úteis, depois consideradas necessárias, até finalmente serem transformadas em ídolos. Todos têm que se curvar diante delas ou haverá punição." J.C. Ryle

Prefácio

"Por que vocês violam o mandamento de Deus por amor à sua tradição?" Jesus Cristo

Quando o Senhor Jesus andou nesta terra, seus principais opositores vieram das duas principais facções religiosas daquele tempo: Os fariseus e os saduceus.
A facção farisaica aumentava as sagradas Escrituras. Eles agregavam à Palavra de Deus um punhado de leis humanas e as passavam para as gerações subseqüentes. Este conjunto de costumes consagrados, muitos deles chamados de “tradições dos anciãos”, passaram a ser considerados iguais às Escrituras Sagradas[1]. O erro dos Saduceus estava no outro extremo. Eles subtraíam blocos inteiros das Escrituras — considerando apenas a Lei de Moisés como digna de ser observada.[2] (Os saduceus negavam a existência dos espíritos, anjos, alma, vida após a morte e a ressurreição).[3]
O efeito imediato foi que quando o Senhor Jesus entrou no drama da história humana, Sua autoridade foi arduamente desafiada.[4] A razão era simples. Ele não se enquadrava nos moldes religiosos de nenhum dos dois campos. Jesus era visto com suspeita tanto pelos fariseus como pelos saduceus. Não demorou muito para que esta suspeita se transformasse em hostilidade. Logo os fariseus e os saduceus começaram a planejar a morte do Filho de Deus!
Vivemos um tempo em que a história se repete. A moderna cristandade caiu nos mesmos erros dos fariseus e dos saduceus.
Na tradição dos saduceus, a grande maioria das práticas do século I já havia sido retirada da paisagem cristã. Meu livro, Repensando o odre, revela algumas das práticas esquecidas que caracterizavam a vida da igreja no século I.[5]
Mas o cristianismo moderno também é culpado de cometer o erro dos fariseus. Ou seja, o cristianismo moderno agregou um monte de tradições humanamente concebidas que acabaram suprimindo a direção funcional, real e vivificante de Jesus Cristo enquanto Cabeça de Sua Igreja.
Dessa forma, tanto os fariseus como os saduceus nos ensinaram uma lição muitas vezes esquecida: É tão nocivo diluir a autoridade da Palavra de Deus por adição como por supressão. Violamos as Escrituras tanto ao enterrá-las sob uma montanha de tradição humana, como ao ignorar seus princípios.
Este livro dedica-se a expor as tradições adotadas com relação a Deus e Sua Igreja. Ao fazê-lo produz uma séria conclusão: A igreja institucional moderna não tem qualquer direito bíblico nem histórico para continuar existindo!
Isto não é obra para pesquisadores. Tão pouco é uma obra completa. Uma abordagem exaustiva das origens de nossas práticas na igreja moderna encheria volumes e mais volumes e seria lido por poucas pessoas. Embora este livro seja de apenas um volume, traz consigo uma grande quantidade da história em um pequeno espaço. De fato, pode-se dizer corretamente que o que está contido nestas páginas é o resumo de toda uma biblioteca!
Este livro não tem a pretensão de trazer luz a todos os recantos da história. Pretende sim focalizar a origem das práticas centrais que definem a principal corrente do cristianismo de hoje[6]
É de vital importância a compreensão das raízes das práticas de nossa igreja moderna. Espero que cada cristão alfabetizado leia esta obra.[7] Por conseguinte, preferi não empregar uma linguagem técnica, mas escrever em um português simples. Assim, agreguei notas ao pé da página contendo detalhes adicionais e fontes ao longo de cada capítulo. (Eu quero que meus leitores saibam que eu não estou assoprando bolhas de sabão nem construindo castelos de areia!) Os cristãos reflexivos que desejam verificar minhas declarações e alcançar uma compreensão mais profunda dos temas abordados devem ler as notas ao pé da página. Os que não se preocupam com tais coisas devem ignorá-las.
Finalmente, este livro complementa meu primeiro livro Repensando o odre: A prática do NT. Ambos os livros mostram os dois lados da mesma moeda. O Odre demonstra de uma forma cabal que aqueles que abandonaram o aprisco do cristianismo institucional têm o direito bíblico de existir. O livro que você tem em suas mãos mostra a outra face da moeda, eles têm também o direito histórico de existir.
Frank Viola, Brandon, Flórida, dezembro de 2002.

“Mas o Imperador está nu!” Disse um garotinho. “Falou a voz da inocência!” Exclamou o pai; e cochichou para outro o que a criança dissera. “Ele está nu!” Correu de boca em boca. “Ele está nu!” Bradou finalmente o povo. O Imperador ficou envergonhado porque sabia que estavam certos; mas refletiu: “O cortejo precisa prosseguir!” Aprumou ainda mais o corpo, e os camareiros, solenes, continuaram fingindo segurar o manto real que não existia." Hans Christian Anderson


Notas
[1] Nelson’s Illustrated Bible Dictionary (Nashville: Thomas Nelson Publishers, 1986), pp. 830-831. Veja também: Mateus 23:23-24. Os Fariseus obedeceram a Lei de Deus segundo sua própria interpretação, tal Lei era aplicada pelos Escribas. Os Escribas eram especialistas da Lei e viveram vidas piedosas e disciplinadas. Eles chegaram a ser os intérpretes oficiais da Palavra de Deus e eram dotados com o poder de criar a tradição. (Nelson’s Illustrated Bible Dictionary, pp. 957-958).[2] A “Lei de Moisés” refere-se aos primeiros cinco livros do Antigo Testamento, i. e. Gênesis a Deuteronômio. Também é chamada de “Tora” (a Lei) e “Pentateuco”, o qual é um termo grego que significa “cinco volumes”.[3] New Bible Dictionary: 2nd Edition (Wheaton: Inter-Varsity Fellowship, 1982), p. 1055.[4] Marcos 11:28.[5] Tais práticas estão atualmente sendo restauradas em pequena escala por almas atrevidas que tomaram o espantoso passo de deixar o refúgio do cristianismo institucional.[6] Este livro enfoca as práticas cristãs protestantes. Seu alcance principal é “a igreja hoje” do Protestantismo em vez da “alta igreja” como as denominações Anglicanas, Episcopais, e um tipo de Luteranos. O livro abrange as práticas da “alta Igreja” Católica apenas de passagem.[7] Como disse Bacon certa vez, “As obras de Agostinho e de Ambrósio geram tanta sabedoria divina quanto qualquer história eclesiástica bem lida e examinada”.

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Uma língua enorme e com orelhinhas bem pequenas

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