Publicação fixa: Argumentos lógicos X tratados teológicos

Meus textos questionando o sistema religioso e as mentiras do cristianismo são sempre com argumentos de raciocínio lógico, porque para mim vale o que está escrito sem interpretações humanas, sem oráculos para traduzir o texto... Continue lendo.

terça-feira, 23 de setembro de 2008

Da série Esta criança existe? Ou da série Prepare o lenço

"Uma das maiores lições que eu tenho aprendido sobre vencer meu pecado através do jejum, aprendi pelo exemplo de uma menina de nove anos de idade, minha filha Taylor. Posso lembrar-me da manhã em que ela veio falar com minha esposa, Lisa, e contou que queria jejuar. Deixe-me esclarecer as coisas, isso era um das coisas que eu jamais tinha ouvido sair da boca de uma criança. Isso classificaria em algum lugar perto de, "Não papai, você não tem que limpar o cocô do cachorrinho, eu o farei". Não querendo desencorajar ela, minha esposa, sempre esperta, perguntou dela o motivo. E ela respondeu, "Jesus me falou". Nesse momento minha esposa virou pra mim e perguntou, "O que nós devemos fazer?", e eu respondi, "Deixa ela".

Agora tem que entender a situação em que eu me achei; a mulher que eu mais temo neste mundo estava olhando para mim desesperada e esperando uma solução, um "não", e eu libero a palavra "F" arriscando bem mais que uma barra de sabonete na boca e possível morte nas mãos de uma pessoa bem menor do que eu. Mas, no outro lado, eu estava encarando com a possibilidade de falar para minha filha de ignorar a voz de Deus, cuja voz eu nunca ouvi, e arriscar a morte nas mãos do Único que eu temo mais do que a minha esposa. Assim, joguei os dados para o lado da minha esposa. Afinal de contas, se Deus falou mesmo, Ele pode me proteger. Na verdade, eu estava em choque. As palavras, "eu quero jejuar" e "Jesus me falou" tinha me deixado babando em mim mesmo e tendo visões da Terra de Nunca.

Que tipo de criança ouve a voz do Deus? Que tipo de criança quer jejuar? Estas eram definitivamente águas nunca exploradas para mim. Tive este desejo estranho de me ajoelhar diante dela e pedir que coloque a sua mão na minha cabeça e ore por mim, mas resisti. A conversa ainda não acabou. Minha esposa, que nunca corre de uma situação, especialmente uma que envolve uma menina de nove anos que vive sob nosso telhado, continuou, "Por quanto tempo"? "Uma semana". Agora minha esposa, um pouco mais nervosa perguntou, "Que tipo de jejum, uma refeição por dia"? "Não, somente líquido" veio a resposta. Tá bom, agora eu vou pegar a barra de sabonete. Neste momento eu já estava bastante impressionado com a garra desta criança enquanto a minha esposa está para ter uma aneurisma. Mas havia ainda mais uma coisa para saber, "Por que Jesus te falou a jejuar"? Sim, isso mesmo, jogo duro. Talvez podemos confundi-la e fazer correr esta idéia ridícula de voluntariamente passar fome da sua mente inocente. "Porque Tianna (sua irmã mais jovem) e eu estamos brigando muito e sei que isso não faz Deus feliz".

Depois disto foi dada a contagem até oito e enviado para meu canto no ring para que o médico pudesse me olhar e verificar se podia continuar lutando. Compreendi que a minha esposa também estava meio bamba das pernas, mas continuava de pé. Como isto podia ter acontecido? O que nós tínhamos feito errado? Tínhamos feito nosso melhor tentando criar nossos filhos e agora um quis se matar em nosso lar e com nossa permissão. E para confundir todos, ela estava usando a desculpa, "Jesus me falou".

Eu estava, realmente, bastante impressionado e totalmente humilhado. Diante de mim estava uma menina de nove anos de idade que entendeu as dinâmicas do jejum melhor do que a maioria (se não todos) dos adultos que eu conheçoe e provavelmente alguns pastores. Ela tinha entendido que jejum era umas das armas para se ter a vitória sobre o pecado. Acho que podemos supor que o mesmo Deus que falou para ela de jejuar também explicou o porquê. Imagine se cada um de nós repentinamente decidir jejuar para vencer a nossa carne. Que conceito demente. Que esperança de Deus. E somente para terminar a história, sim, ela o fez sete dias e somente com líquidos. E começou a tratar sua irmã mais jovem melhor.

'Da boca de pequeninos'.”

Jeff Fromholz, em Jejum, as verdades por trás da loucura de escolher passar fome
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