Publicação fixa: Argumentos lógicos X tratados teológicos

Meus textos questionando o sistema religioso e as mentiras do cristianismo são sempre com argumentos de raciocínio lógico, porque para mim vale o que está escrito sem interpretações humanas, sem oráculos para traduzir o texto... Continue lendo.

quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

Falar mal, fazer fofoca, julgar

Publicado originalmente em 30jan2014.

Falar a verdade não é falar mal. Falar a verdade não é fazer fofoca. Falar a verdade não é "julgar".

Falar mal é mentir, é dizer uma coisa que o outro não fez.

Fazer fofoca também é mentir, é dizer falso testemunho contra alguém.

E julgar (ô, verbinho mal usado por aí) eu posso e devo o tempo todo. Posso julgar se algo é errado ou não. Posso julgar se alguma atitude é errada ou não. De acordo com as leis do país, ou de acordo com as leis do Eterno (para quem segue), sou capaz de dizer se a pessoa cometeu um crime ou se cometeu um pecado. Desde que a pessoa tenha mesmo feito alguma coisa, desde que eu não esteja inventando, nem mentindo, posso perfeitamente julgar se uma atitude é errada ou não. Se a pessoa mentiu, não é fofoca eu dizer que ela mentiu, não é "julgar" eu dizer que ela mentiu.

O que eu não posso e não devo é condenar alguém sem ter certeza de que a pessoa errou, sem ouvir a pessoa explicar ou desmentir o ocorrido, porque se eu não vi a pessoa cometendo um erro que disseram que ela cometeu, preciso e devo perguntar a essa pessoa se aconteceu mesmo o que falaram que aconteceu.

E o que eu não posso e não devo é julgar as intenções da pessoa. Mesmo tendo visto e podendo dizer que a pessoa errou, não posso dizer o porquê a pessoa cometeu um crime ou pecado, não sei o que se passa na mente dela, então se ela não disse o porquê, eu não posso julgar.

Se uma pessoa fura a fila na minha frente, tenho o direito de dizer que ela está errada, mas não posso julgar o motivo de ter feito isso, se estava distraída, se foi de propósito ou se é compulsiva em furar fila, só ela pode me dizer o motivo.

Mas se a pessoa errou, posso dizer que ela errou. E da mesma forma, se eu errei, a pessoa pode e deve me dizer que errei.

Hoje em dia as pessoas elogiam o erro, porque é um tal de dizer que só quem pode julgar é o Eterno, que não podemos dizer que a pessoa errou se também temos defeito e outras filosofias baratas de quem não aceita correção. E condenam quem quer ser melhor, quem procurar obedecer, quem quer fazer as coisas certas. Uma tremenda inversão de valores.

E onde fica o ensinar uns aos outros se não podemos mostrar o que está errado? Se eu não reconhecer que a pessoa errou, acabo sendo cúmplice dos seus erros. Da mesma forma que se alguém não diz que eu errei, é meu cúmplice.

Eu, heim, mundo doido.

Só me resta repetir o que alguém já disse:
"Porque a bondade que nunca repreende não é bondade: é passividade.
Porque a paciência que nunca se esgota não é paciência: é subserviência.
Porque a serenidade que nunca se desmancha não é serenidade: é indiferença.
Porque a tolerância que nunca replica não é tolerância: é imbecilidade."

E também repetir o que escrevi em Diretas sobre perdão, arrependimento e castigo.


Ilustração retirada da internet.

2 comentários:

Splanchnizomai abraçando o amanhã. disse...

Muito bom, amada. Texto muito lúcido. Amei.

blogger disse...

quando fala julgar : eu fico meia que preocupada,mas se comento alguma coisa que eu sei:por exemplo,com as minhas filhas,sobre alguém e que eu sei...entendo que não é julgamento,será que estou errada