Publicação fixa: Argumentos lógicos X tratados teológicos

Meus textos questionando o sistema religioso e as mentiras do cristianismo são sempre com argumentos de raciocínio lógico, porque para mim vale o que está escrito sem interpretações humanas, sem oráculos para traduzir o texto... Continue lendo.

domingo, 15 de março de 2015

DEMOcracia, movimento 'O Brasil acordou' e a teoria da conspiração

Publicado originalmente em 19jun2013.


Sei que hoje sou uma voz quase solitária, mas preciso desabafar mesmo que ninguém leia, e gostaria de deixar registrado o porquê sou totalmente contra este teatro que estão chamando de “O Brasil acordou”, com manifestações populares em várias cidades do Brasil.

Apesar de os protestos terem começado por causa do aumento das tarifas dos ônibus – e o movimento sempre vai ser lembrado por isso –, outros motivos foram colocados em pauta, insatisfações que estão engasgadas há muito tempo, como saúde, educação, corrupção, mensalão, e o evento vem ganhando vulto e adeptos.

As manifestações não me surpreenderam porque já haviam começado há muito tempo nas redes sociais, mas me surpreendi com pessoas que eu jamais imaginei que fossem se posicionar a favor do movimento que deixou de ser virtual e passou a ser presencial. Fiquei mais surpresa ainda quando perguntei a algumas dessas pessoas e duas me disseram que sabiam que o movimento não ia mudar nada, mas era legal ver o povo nas ruas. Fiquei surpresa também com tantas mães comemorando e ajudando a incitar ódio e me perguntei o que elas diriam se um desses jovens morresse em “combate”. E se fosse o filho delas, iriam comemorar o “heroísmo” do filho?

Sempre disse que sou adepta da teoria da conspiração, e sou mesmo. Não acredito em nada gratuito, não acredito nas boas intenções de ninguém, muito menos de grupos, de instituições. Sempre penso em qual será o verdadeiro motivo da situação, o que está por trás disso, quem está orquestrando. Sempre fico tentando identificar o que está por trás da cortina de fumaça de um movimento como este. E neste caso não é diferente, para mim é um movimento com um monte de rebeldes sem causa e inocentes úteis sendo manipulados e orquestrados por interesses políticos e as pessoas aplaudindo, acreditando mesmo que isso vai mudar alguma coisa.

Tenho visto essa orquestração há muito tempo nas redes sociais e quem presta atenção nas supostas piadas nas redes sociais, percebe que isso já vem sendo plantado na mente das pessoas há um bom tempo. O ódio vem sendo incutido nos jovens há anos, a massa vem sendo treinada para obedecer com ordens com aparência de causa nobre: “Apaguem todas as lâmpadas de sua casa”, e os cordeirinhos obedecem. “Compartilhem a corrente na rede social”. “Sim, senhor!”, respondem em coro. “Tudo o que seu mestre mandar? Faremos todos.”

Junte-se a isso a sede de sangue que os mais jovens carregam dentro deles, o instinto de guerreiros reprimido pela sociedade moderna, em que não há mais duelos com espadas, e tudo isso alimentado pelas histórias romantizadas que pais e professores contam sobre a época da ditadura. Fico imaginando os jovens ouvindo essas histórias e pensando que queriam ter vivido naquela época, queriam ter visto tudo de perto, queriam ter saído às ruas para protestar. Pronto, o resultado é o que vemos agora.

Nasci no início da ditadura, mas cresci em um ambiente democrático, que é o regime do grupo religioso que meus pais seguem e que eu segui até os meus 40 anos. Aos oito anos já havia adquirido o direito de votar e ser votada nesse sistema. Aos 14 já liderava reuniões administrativas dos adolescentes, com regras parlamentares, eleições diretas, atas e, lógico, a politicagem dos bastidores que nunca deixei de notar com meus olhos sempre questionadores. E desde os 17 anos, e por muito tempo dentro do sistema religioso, fui secretária de atas em várias instituições, e por causa da função estava presente em todas as reuniões e assembleias administrativas e precisava prestar muita atenção em tudo que se falava, porque não eram gravadas como hoje, contava apenas com minhas anotações que serviam de base para redigir a ata depois.

E aos 18 anos presenciei a queda da ditadura e o retorno da DEMOcracia no Brasil. Uma cena marcante que não sai da minha mente foi a comoção coletiva por causa da morte de Tancredo Neves, as pessoas choravam por terem perdido o grande salvador da Pátria, e eu ficava olhando aquilo e não entendia porque tanto desespero. E desde então observo esse sentimento coletivo de anseio por um “messias”, por um salvador, que traga paz, leis mais justas, que acabe com a desigualdade social. E em cada eleição que presenciei o anseio por mudança, por esse salvador da Pátria, era nítido nas pessoas. E quando “eles” orquestraram o impeachment do Collor, esse anseio saiu pelos poros em forma de manifestações populares que entraram para a história do Brasil. E o povo que acreditava em Papai Noel ficou decepcionado, porque nada mudou como se esperava, e hoje está muito pior do que era. E triste que agora já estão pedindo o impeachment da Dilma e fazendo piadas de mau gosto com o nome dela nas redes sociais. É decepcionante um povo que ataca de forma tão desrespeitosa a pessoa, o ser humano na função, quando deveria apenas atacar o sistema. Recentemente tentaram criar um herói brasileiro, Joaquim Barbosa, e já estão fazendo campanha para que ele seja o próximo presidente do país.

Realmente eu não entendo essa carência de heróis e essa fé em uma única pessoa. Só posso acreditar que isso seja a falta de um rei, porque para mim a monarquia é a forma de governo impressa no DNA humano.

No meio da minha juventude, quando o Brasil já havia retomado o processo de eleições diretas, trabalhei como funcionária em uma instituição religiosa e ali pude ver muito de perto o reflexo da sociedade democrática brasileira e o que mais me chamava a atenção era como os adeptos da oposição e militantes partidários no processo eleitoral brasileiro levavam os mesmos “ideais” para o sistema religioso. E por muitas e muitas vezes vi a politicagem dos bastidores, vi a manipulação dos eleitores, e vi com muita tristeza a “oposição” deixar de apoiar uma ideia, não porque a ideia não era boa para o povo, mas porque a ideia vencedora não havia sido a ideia do grupo de oposição, e eles, mimadinhos, ficavam emburradinhos e não ajudavam a colocar o projeto vencedor em prática, e pior, às vezes boicotavam, atrapalhavam, engessavam a engrenagem e atrasavam todo o processo. Entendi que esse era o modelo da oposição no Brasil, é como se pudesse ouvi-los dizer: “Se não é a minha ideia, sou contra, e pronto, não interessa se é para o bem do povo, se não sou eu que estou no poder, sou contra a tudo”. Desde então passei a ter horror a essa oposição, tanto no sistema eleitoral brasileiro, quanto no sistema religioso.

Do sistema religioso eu me livrei, quando decidi seguir carreira solo na espiritualidade, ou melhor, carreira em duo, eu e meu marido, e abandonei o sistema e me libertei daquele ambiente doentio.

Do sistema DEMOcrático brasileiro não tenho como livrar, porque sou obrigada a votar, ou melhor, sou obrigada a comparecer ou justificar, mas não sou obrigada a dar meu voto para ninguém, por isso faço meu protesto há muitos anos, desde minha segunda ou terceira eleição, com algumas recaídas no meio do caminho, mas na maioria sempre anulando meu voto, e a partir da próxima eleição nem vou me dar o trabalho de sair de casa e correr o risco de usarem meu voto nulo para algum candidato – lógico, não confio no sistema. Mas muitos dos revolucionários do movimento atual já me olharam atravessado quando dizia que anulava meu voto, já fui bem criticada por isso.

Anulo mesmo, e agora nem vou votar, porque para mim tanto faz quem está no poder, não confio em partidos, nem em um salvador da Pátria, e acredito, e tenho visto isto desde que me entendo por gente, que a máquina funciona independente de quem está no poder, e não tenho a ilusão de que trocar o presidente vai mudar de fato a Nação, só vai trocar seis por meia dúzia, é o que eu sempre digo sobre trocar de banco, só mudam os nomes dos problemas, porque não há banco perfeito, como não há partido político nem presidente perfeito.

Mas afinal, por que sou contra? Meu primeiro motivo de ser contra as manifestações é a hipocrisia do povo, afinal, brasileiro reclama de quê? Não entendo o povo brasileiro que ainda se acha no direito de reclamar da corrupção dos governos. O povo não tem moral para reclamar de nada. A mudança que esperamos é a mudança da sociedade, e os políticos são apenas o reflexo da sociedade. Se a maioria da sociedade é corrupta, o reflexo vai ser a maioria dos políticos corruptos, lógico. A sociedade não é fiel no pouco, mas quer exigir que os políticos sejam fiéis no muito. Como dizem nas redes sociais: hipocrisia é a arte de exigir de alguém aquilo que não faz.

Sou contra porque já vi esse filme e sei que não vai mudar nada. Sim, eu sei que os outros motivos de indignação do povo são legítimos, sei que deveríamos mesmo lutar pelos nossos direitos, pagamos muito imposto para não termos o retorno devido. Sei que os serviços prestados à população são precários e deficientes. Sei o quanto somos destratados pela maioria dos servidores públicos. Sei o que é ver meu pai dormindo em uma maca de metal duro e gelado sem colchão em um hospital e ter que levar colchão de casa para a enfermaria. Reconheço que o povo brasileiro está mesmo sendo explorado e maltratado.

Mas não acredito que vamos conseguir mudar alguma coisa dessa forma, fazendo manifestações públicas, colocando nossos jovens em risco, incitando o ódio na população. Para mim isso tudo só serve para mitigar a inveja que o brasileiro tem dos outros países e a inveja que os jovens têm dos revolucionários do passado.

E sou contra por acreditar na teoria da conspiração. Acredito que isso tudo foi orquestrado por “eles”, e que “eles” agora estão rindo de satisfação porque o povo está fazendo exatamente o que “eles” queriam, o que “eles” orquestraram

Pense comigo, não é muito suspeito que todo mundo sabe que todo ano acontece aumento de tarifas dos ônibus, e o aumento, pelo menos no Rio de Janeiro, sempre acontece em janeiro, mas neste ano, por “coincidência” foi adiado para bem perto da Copa das Confederações, quando a mídia internacional estaria de olho no Brasil?

Também é muito suspeito que a população esteja indignada com aumento de tarifas dos ônibus, porque afinal quem de fato paga passagem no Brasil? Pelo menos no Rio de Janeiro pouquíssimos pagam, porque idosos e estudantes viajam de graça, trabalhadores recebem vale transporte, universitário paga meia passagem. Muitas vezes sou uma das únicas a pagar passagem em dinheiro quando uso transporte público. Então estão querendo mesmo que eu acredite que o protesto começou somente por causa do aumento das tarifas? Sei que agora estão querendo valorizar o movimento e estão colocando todos os outros motivos de insatisfação do povo no pacote, mas o início de tudo foi por causa das tarifas de ônibus, e não pelos outros motivos.

Outra coisa muito suspeita é o complô contra a Rede Globo. Não estou defendendo a emissora, mas acho muito estranho esse ataque. Só porque ela tem a maior audiência? Seria porque quase todos os programas da Globo emplacam nos TTs do Twitter? Seria inveja e intriga das outras emissoras? Ou é porque ela tem um linguajar mais educado, menos vulgar, menos baixaria, pelo menos nos telejornais? Desconfio que o povo prefira os apresentadores sensacionalistas porque são mais engraçados. A quem interessa de fato esse complô contra a Globo? Isso não tem cheiro de cópia de um país vizinho com um canal de TV que criticava o governo?

Não é defesa, mas eu assisto aos telejornais da Rede Globo. São os melhores. Cansei das outras emissoras, antes eu assistia a todas, mas era tanto sensacionalismo, tanta falta de qualidade, que cansei e fiquei só com os da Globo. O Jornal Hoje é o melhor telejornal da TV, além das reportagens sobre os acontecimentos atuais, tem sempre um assunto educativo. E quando estou assistindo aos telejornais, às vezes posso ouvir alguns adolescentes e jovens falando: “Ah, jornal é muito chato”. Pois é, o povo nem assiste aos telejornais, mas fica reclamando que a emissora é tendenciosa. E eu posso dizer que isso ela não é. Tenho visto diariamente os âncoras e repórteres denunciando a corrupção dos governos, o mau uso da verba pública, a enorme quantidade de impostos. Às vezes até acho que pegam pesado. Só que eles usam um linguajar menos vulgar para fazer as denúncias e o povo pensa que não houve denúncias. Talvez seja exatamente por isso que estão incitando esse complô, porque os governos estão insatisfeitos com as denúncias diárias veiculadas na emissora. Como boa adepta da teoria, para mim tem caroço nesse angu, ah tem.

Uma parte tragicômica do movimento são os cartazes pedindo “educação” no padrão Fifa. Para começar, educação vem de berço. Mas, ok, sei que o que eles pedem são escolas e ensino de qualidade, então seria instrução no padrão Fifa. Isso vindo de muitos adolescentes e jovens que só vão à escola porque são obrigados, não gostam de ler, ficam postando nas redes sociais o anseio pelas férias desde o primeiro dia de aula, reclamam o tempo todo de terem que estudar, e melhor nem falar dos erros de “digitação” que cometem falando e escrevendo. E querem me enganar que iriam gostar de estudar se as escolas fossem melhores? Mas a maior ironia é que alunos de boas escolas particulares reclamam das mesmas coisas e cometem os mesmos erros de “digitação”.

Quando eu pedia para o povo pensar, questionar, libertar-se do sistema, minha esperança era que houvesse um despertar intelectual e de mudança de atitude. Queria um povo que buscasse a instrução, independente do que a escola ofereça, queria um povo que protestasse na hora de votar, que houvesse uma anulação de votos em massa nas urnas, que fosse uma resposta mais racional, que o povo não seguisse as ordens “deles” como cordeirinhos, como acontece nas datas comemorativas de cunho comercial, como Dia das Mães, Natal, quando as pessoas compram como se não houvesse amanhã. Compram, compram e compram, e com isso alimentam o consumismo insano e o capitalismo selvagem. E ainda contribuem com mais impostos para os governos.

Queria que houvesse um boicote aos programas de baixaria na TV, um boicote aos jogos de futebol, tanto nos estádios como na TV, um boicote às lojas e serviços que tratam mal e desrespeitam o consumidor. Queria ver isso, um protesto intelectual, e não uma manifestação com gritos de guerra, mas que só servem para extravasar e não provocam reflexão nem mudança de verdade.

Queria que toda essa energia fosse canalizada para a leitura, para o estudo, para a informação, para a busca do conhecimento, e não para debates e discussões que não levam a lugar algum.

O pior disso tudo é que no próximo ano haverá eleições, e já sabemos que vão ser eleitos os candidatos que as pesquisas apontarem como favoritos, porque o povo tem a tendência de votar em quem está ganhando, até para não ter a “chatice” do segundo turno.

Mas enfim, vamos esperar para ver o resultado disso tudo. Eu não acredito em mudança se não houver uma mudança da mentalidade do cidadão, deixando o jeitinho brasileiro de lado, e buscando a integridade e honestidade nas pequenas coisas. A mudança tem que começar em nós, na família, na educação, principalmente boas maneiras, que deve vir de berço e não do governo.

Tenho plena convicção de que procuro fazer a minha parte [P.S.3: E pago um preço alto por isso, porque só quem tenta fazer as coisas certas sabe o que é sofrer com bullying dos amigos, dos familiares e dos religiosos (é, deles também, e muito). Desde criança sou alvo de zombarias porque sou a "certinha", a "santinha" (já me mandaram pro convento diversas vezes na adolescência), a "metida", a "chata", e pelas costas devem falar a "otária" e outros adjetivos que nem ouso pensar. E isso por causa de coisas simples que eu me recusava a fazer, como fotocopiar um livro inteiro, atravessar fora da faixa de pedestres].

Mas não acredito em Papai Noel, não acredito em salvador da Pátria e não acredito em hipócritas que vão para as ruas exigir o que não fazem.

Termino com duas músicas bem apropriadas para este momento:



"Bento, que bento é o frade?
Frade!
Na boca do forno?
Forno!
Tudo que seu mestre mandar?
Faremos todos!
Se não fizeres?
Levaremos bolo!"



♫♫"Não vai dar, assim não vai dar
Como é que eu vou crescer sem ter com quem me revoltar?
Não vai dar, assim não vai dar
Pra eu amadurecer sem ter com quem me rebelar" ♫♫

P.S.1: Os oportunistas de plantão:
Reclamam da mídia, mas postam no Facebook fotos antigas, notícias antigas e vídeos antigos, como se fossem do movimento atual. Tem gente que compartilhou notícia e nem deve ter lido, porque não viu a data da notícia (devia pelo menos ter perguntado o que o TRE tem a ver com tudo isso agora).
Religiosos tomam para si a glória (eu diria culpa) do movimento, como sendo resultado de suas orações. Ah, tá, foi isso o que eles pediram nas orações? E a ética vai mal, obrigada. Arrependimento que é bom, nada. E onde ficam o "não por força, nem por violência" e o "não é contra carne ou sangue"?
E o vídeo da brasileira que não mora no Brasil tem erros de apuração, dados falsos e tendenciosos.
E o que foi aquela conta que um ex-prefeito fez sobre o gasto de uma família com passagens de ônibus? Se 4 saem todo dia, ou 4 trabalham, aí 4 têm salário, ou 2 trabalham e 2 estudam, aí 2 têm salário e 2 não pagam passagem.
E o movimento está revelando o que alguns religiosos têm no coração, afinal "o dedo digita do que está cheio o coração". Palavras cheias de ódio, palavrões (ah, tá, abreviados), xingamentos, ofensas.
E o povo prossegue compartilhando coisas sem o menor senso crítico.
Vergonha alheia.

P.S.2: Dentro do sistema religioso acompanhei de perto e de longe alguns casos de impeachment (e sinto muita vergonha do meu passado). Quando o líder principal começava a desagradar aos "donos" da instituição, iniciava-se um motim que ia crescendo feito bola de neve e culminava com a expulsão do líder. E então começava o processo de escolha do novo líder, indicações, entrevistas, sabatinas, e enfim o novo líder era escolhido pela comunidade. No início só havia flores, mas depois do primeiro ano o motim começava de novo, às vezes terminava em um novo impeachment, às vezes a comunidade cansava e se resignava, apesar da insatisfação. Ou seja, era exatamente como na política, uma grande ilusão de que o líder vai salvar a Pátria e vai mudar o mundo, só que esse líder precisa agradar a gregos e troianos, e como isso nunca vai acontecer, continuam acreditando que o próximo vai ser melhor. E o pior é ouvir sempre a mesma coisa, tanto no sistema político quanto no sistema religioso: "Ah, no tempo de fulano era bem melhor".

P.S.3: Quando falei sobre a hipocrisia, realmente não citei a hipocrisia dos religiosos, porque já escrevi vários textos sobre isso. Mas sim, estão incluídos no meu questionamento os religiosos que não obedecem à Torah e se acham no direito de reclamar dos políticos e dos governos. Tanto a sociedade que não obedece às leis mais simples, como por exemplo as leis de trânsito, como os religiosos que não guardam o sábado e comem porco, todos são hipócritas por quererem exigir dos governos uma coisa que eles não fazem. Quem quiser ler um texto que resume o que venho falando sobre a hipocrisia dos religiosos, clique aqui.

P.S.4: Eu sei que muitos condenam o voto nulo, argumentam que é omissão, que não é um processo democrático etc. Mas eu penso que é uma forma de protesto, sem causar tumulto na cidade, sem roubar o direito de ir e vir das pessoas, sem violência. Em todas as eleições eu mando o meu recado de insatisfação e meu grito por mudança. Nas últimas eleições no Brasil houve um número muito grande de votos nulos e de ausências. A população está dando um recado aos governantes e eles deveriam começar a prestar atenção a isso. Prefiro a minha forma de protesto.
E para quem pergunta o que nós fazemos pela sociedade, o que eu faço de caridade não interessa a ninguém, não faço para me promover. E a minha maior contribuição à sociedade é obedecer às leis, não jogar lixo nas ruas, ter hábitos ambientalmente corretos, respeitar o direito do outro, pagar meus impostos. Se eu fiscalizo governos? Lógico que não. Não ganho para ser fiscal de ninguém. Para isso existem os órgãos fiscalizadores. Eu faço a minha parte pagando meus impostos, e espero que os governos façam a parte deles, usando o dinheiro com honestidade. E eu não preciso de ninguém me vigiando para fazer a minha parte. Mas se não vejo o retorno dos meus impostos, meu voto é que eles não vão ter.

E continua em
Avaliação pós-euforia das manifestações: continuo sendo contra

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