"De família judia, mas declaradamente agnóstico, A.J. Jacobs se propôs a dar cabo a uma tarefa insólita: reunir todas as regras da Bíblia, de Gênesis a Apocalipse, e segui-las à risca durante um ano. Neste bem-humorado livro, Jacobs descreve seu dia a dia como um bíblico fundamentalista e experimenta uma espiritualidade à qual não estava acostumado." (divulgação)
Há muito tempo que não mergulhava em um livro excelente assim. Não conseguia parar de ler e acabei a leitura em dois dias. Nas primeiras cem páginas escrevi nas redes sociais que ele estava entre os cinco melhores livros que já li, mas agora que cheguei ao final preciso atualizar o ranking: é o segundo melhor livro que li em toda minha vida. O primeiro ainda não sei qual é, rsrs, tenho tantos livros preferidos, fica difícil, talvez seja o mais lido por mim e o meu queridinho da infância, O meu pé de laranja lima. (Antes que me mandem para a fogueira, a Bíblia não entra nessa competição, até porque não é um livro e sim uma biblioteca, então para ser justa eu teria que dar nota a cada livro separadamente.)
Um ano bíblico é praticamente perfeito. Simplesmente é a nossa história, a história de quem está fazendo teshuvah como eu. Eu me vi descrita ali, as pesquisas e conclusões sobre traduções da Bíblia, as decisões sobre quem deveria obedecer, a lei escrita ou a lei oral, a busca pelo equilíbrio. Os mesmos questionamentos sobre o sistema religioso. Muitas situações engraçadas na dificuldade em cumprir alguns mandamentos. Eu ri e chorei o tempo todo, e chorei mais no final, porque há uma situação muito triste.
Em um tempo em que pessoas no mundo inteiro estão sendo despertadas para um retorno às raízes bíblicas, à Torah, o livro é um presente muito especial. Quem está fazendo teshuvah precisa ler, e quem quer entender os que estão fazendo teshuvah deveria ler também.
Ok, o livro só não é perfeito porque a versão da Bíblia que usaram não seria a minha escolhida; lembro de dois errinhos da linguagem escrita de doer os olhos; a equipe de tradução parece não ter muito conhecimento em judaísmo e cristianismo evangélico, porque alguns termos usados, algumas palavras traduzidas do hebraico e alguns nomes bíblicos ficaram estranhos para quem está acostumado com o "evangeliquês" e com o "teshuvês". Fora isso, com já disse, é praticamente perfeito.
O estilo do autor é uma delícia e sua esposa merece um prêmio por toda a sua contribuição, principalmente pelos momentos engraçados. Conseguia imaginar suas expressões faciais em cada situação e me diverti muito com ela.
E claro que termino com minha frase preferida depois de um livro excelente ou um filme lindo: quero ler (ou ver) de novo, de novo, de novo e de novo.
P.S.1: Leia alguns trechos do livro.
P.S.2: Pastor pregava segurando cobras morre de mordida de cascavel. O Globo
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