Foto: De Bonis
“Com os nossos próprios ouvidos ouvimos, ó Eterno; os nossos antepassados nos contaram os feitos que realizaste no tempo deles, nos dias da antiguidade. Com a tua própria mão expulsaste as nações para estabelecer os nossos antepassados; arruinaste povos e fizeste prosperar os nossos antepassados. Não foi pela espada que conquistaram a terra, nem pela força do seu braço que alcançaram a vitória; foi pela tua mão direita, pelo teu braço, e pela luz do teu rosto, por causa do teu amor para com eles. És tu, meu Rei e meu Pai! És tu que decretas vitórias para Israel! Contigo pomos em fuga os nossos adversários; pelo teu nome pisoteamos os que nos atacam. Não confio em meu arco, minha espada não me concede a vitória; mas tu nos concedes a vitória sobre os nossos adversários e humilhas os que nos odeiam. No Eterno nos gloriamos o tempo todo, e louvaremos o teu nome para sempre. Mas agora nos rejeitaste e nos humilhaste; já não sais com os nossos exércitos. Diante dos nossos adversários fizeste-nos bater em retirada, e os que nos odeiam nos saquearam. Tu nos entregaste para sermos devorados como ovelhas e nos dispersaste entre as nações. Vendeste o teu povo por uma ninharia, nada lucrando com a sua venda. Tu nos fizeste motivo de vergonha dos nossos vizinhos, objeto de zombaria e menosprezo dos que nos rodeiam. Fizeste de nós um provérbio entre as nações; os povos meneiam a cabeça quando nos vêem. Sofro humilhação o tempo todo, e o meu rosto está coberto de vergonha por causa da zombaria dos que me censuram e me provocam, por causa do inimigo, que busca vingança. Tudo isso aconteceu conosco, sem que nos tivéssemos esquecido de ti, nem tivéssemos traído a tua aliança. Nossos corações não voltaram atrás, nem os nossos pés se desviaram da tua vereda. Todavia, tu nos esmagaste e fizeste de nós um covil de chacais, e de densas trevas nos cobriste. Se tivéssemos esquecido o nome do nosso Pai e tivéssemos estendido as nossas mãos a um deus estrangeiro, o Eterno não o teria descoberto? Pois ele conhece os segredos do coração! Contudo, por amor de ti enfrentamos a morte todos os dias; somos considerados como ovelhas destinadas ao matadouro. Desperta, Pai! Por que dormes? Levanta-te! Não nos rejeites para sempre. Por que escondes o teu rosto e esqueces o nosso sofrimento e a nossa aflição? Fomos humilhados até o pó; nossos corpos se apegam ao chão. Levanta-te! Socorre-nos! Resgata-nos por causa da tua fidelidade.”
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