Publicação fixa: Argumentos lógicos X tratados teológicos

Meus textos questionando o sistema religioso e as mentiras do cristianismo são sempre com argumentos de raciocínio lógico, porque para mim vale o que está escrito sem interpretações humanas, sem oráculos para traduzir o texto... Continue lendo.
Mostrando postagens com marcador morte. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador morte. Mostrar todas as postagens

segunda-feira, 21 de agosto de 2017

Descanse em paz, meu amor


Alexandre De Bonis (31dez1963-21ago2017)
Z"L, zikhrono livrakha, que sua memória seja abençoada.
A"H, alav ha-shalom, que ele descanse em paz.


Alexandre se foi, descansou, cumpriu sua missão, hoje (21ago2017) por volta das seis horas. Passou mal de madrugada, pressão baixa, com sintomas de recaída da criptococose, levei pra emergência, mas já chegou sem sinais.
Ele não sofreu, foi rápido, meio que parecia se despedir de mim, estava tranquilo, calmo.
Teve uma vida plena e linda, realizou sonhos, viajou, trabalhou em quase todos os projetos que queria.
53 anos de vida. 23 anos de casados.
RIP, Xande.


Atualizando o histórico

Desde o início de junho Alexandre estava dialisando no CIN de Realengo e uns dias depois nos mudamos para Santa Cruz, já que ele estava de licença médica e em dezembro seria aposentado por invalidez, para ficarmos perto do terreno em que estávamos começando a construir uma casinha e eu poder cuidar mais de perto da minha roça, minha terapia.
E no CIN ele teve um tratamento mais humanizado, mais digno, e pudemos superar um pouco o trauma do hospital e ficar longe daquele ambiente que se tornou pesado para nós. E isso foi muito importante e ele pôde ter um fim mais digno e longe do sistema cruel e insensível.
Na semana passada conversamos algumas vezes sobre a diferença de tratamento e a evolução que ele teve, principalmente nesse último mês. Elogiei ele várias vezes nesses últimos dias, porque voltou a comer alguns alimentos que o paladar não aceitava antes, e para quem se achava um gourmet isso era motivo de comemoração, também porque estava dirigindo bem melhor, e ainda ele comentou que estava conseguindo se levantar sem apoiar as mãos.
Enfim, vencemos o maldito sistema de "mérdicos" que não são capazes de um gesto humanizado para que a pessoa tenha um fim digno, perto dos entes queridos, recebendo carinho, tendo um pouco de conforto. E eu só posso agradecer ao Eterno por ter tido misericórdia e ter realizado os desejos do meu coração. Não suportaria viver de novo toda a tragédia que vivi com o final da vida do meu pai naquele maldito lugar.
Vencemos o sistema. Vencemos.

No domingo (20ago) pela manhã ele acordou, tomou café, tomou banho, me levou à farmácia e ao mercado. Depois do almoço me levou ao terreno para eu mostrar as mudas de verdura que eu havia plantado. E ele ficou apreciando as árvores e perguntou pelo pau-brasil que ele ganhou em um evento do trabalho, fui perto da árvore e mostrei como estava grande, quase do meu tamanho e ele ficou dizendo que estava feliz porque a muda cresceu muito, porque ele achava que ela ainda estava bem pequena. Depois voltamos pra casa e ele foi cochilar e logo depois começou a se sentir mal.



Alexandre em Città Sant'Angelo, Pescara, Itália, cidade onde nasceu seu avô e que ele vivia falando que iria conhecer, e conheceu, fomos em 2013. E depois que voltamos a saúde dele começou a dar sinais de problemas.


(Não seria eu se não houvesse este post)

Eu avisei. Se médico pensa que é deus, jornalista tem certeza.
E assim como disse Maximus Decimus Meridius, avisei que eu teria minha vingança, nesta vida ou na próxima.
Os "mérdicos" mataram meu pai, roubaram dele um fim digno, mas meu marido não. Não morreu de fome como tentaram, morreu com 64 kg, e não com 43 kg. Não morreu sozinho, proibido de ter acompanhante, impedido de ver a família, sendo torturado, como queriam. Não foi na hora que eles queriam. Porque essa escória da humanidade, esses vendidos ao sistema, esses "cerumanos" não mandam no meu destino, não mandam mesmo.
Ele até morreu em consequência do erro médico, da burrice médica, mas não do jeito que eles queriam.
#estudem-mais-um-pouco
#humanização-na-saúde-já
#fraturaexposta-não-é-nefropatia
#criptococose-não-é-nefropatia
teve-#resultadopositivo-sim
uma-banana-pro-#sistema
tirem-a-#arrogância-do-currículo


Alexandre, transplante e criptococose

Dia 31 de dezembro de 2016, no último dia desse ano difícil, Alexandre completou 53 anos. Os médicos disseram que não passaria dos 15 anos.

Provavelmente nasceu com um problema nos rins, que os médicos demoraram a descobrir. Fez tratamentos e cirurgias na infância. Depois teve vida normal até os 29 anos, quando começou a fazer hemodiálise e então sua irmã doou o rim e ele recebeu o transplante aos 32 anos. Foram 20 anos de transplante, dos quais 18 tendo uma vida totalmente normal, trabalhando, viajando, com praticamente nada de ocorrências de doenças, a não ser gripes normais (e eu tenho certeza que a boa saúde foi graças à minha convicção natureba de "medicina preventiva" com alimentação saudável), e ele seguia tomando os remédios do transplante e indo às consultas regulares na nefrologia.

Em 2014 começou a apresentar anemia, fraqueza, vômitos, enjoos, perda significativa de peso (25 kg em dois anos e perdeu mais 15 kg na internação de setembro a novembro de 2016), febre, duas pneumonias, herpes-zóster, e várias infecções sem identificação de foco ou germe, e foi internado algumas vezes nesse período, sempre por poucos dias. Mas em todas essas ocorrências foi tratado como sendo consequência do prazo de validade do rim, que já haviam dito que estava chegando ao final.

Até que foi internado em abril de 2016, com grave uremia e novamente nefrologia focando apenas o rim. Mas ainda em abril houve diagnóstico de criptococose (doença do pombo) comprovado em exame de cultura de sangue e com sintomas do fungo no sistema nervoso central. Administrou-se 14 dias de Anfo B, com término em 4 de maio, mas sem indicação de tratamento de manutenção, sem qualquer informação aos familiares e sem encaminhamento à infectologia. Recebeu alta dia 15 de julho e continuou sem indicação de tratamento de manutenção ou orientação sobre a doença.

Em setembro teve a primeira recidiva após diagnóstico, foi internado novamente no dia 23 de setembro, mas não se considerou de imediato a criptococose já comprovada antes, porque para nefro fratura exposta é problema renal (eu sendo irônica). Após tentativas com antibióticos para controlar infecção, 15 dias após a internação e um mês depois do reaparecimento dos sintomas, novamente começaram a administrar Anfo B, e foi aí que acendeu uma luz na minha mente e fui pesquisar sobre o fungo e descobri que ele tinha 20 de 12 sintomas da doença, e que tudo fazia sentido enfim. Mas infelizmente novamente não foi tratado corretamente, apesar de todos os meus questionamentos com os médicos, principalmente por não ter sido encaminhado à infectologia, e recebeu alta em 4 de novembro sem indicação de tratamento de manutenção outra vez. E nessa segunda internação, por negligência médica e não cumprimento da lei do acompanhante, perdeu cerca de 15 kg e ficou muito debilitado.

Apresentou outra recidiva logo depois da alta, sendo internado outra vez no dia 21 de novembro de 2016, mas consegui finalmente falar com um dos médicos sobre a criptococose antes de internar, e com o relato e laudos apresentados à médica de plantão, iniciaram Anfo B e antibióticos no mesmo dia, dessa vez orientados finalmente pela Comissão de Infecção Hospitalar, que também recomendou iniciar Fluconazol de manutenção ao término do Anfo B, e o resultado positivo já foi notado no dia seguinte e ele finalmente começou a reagir

Recebeu alta no dia 6 de dezembro e desde então está em casa e tem se mantido estável e em uso de Fluconazol. Finalmente agora conseguimos consultar uma infectologista, que ajustou a dose de manutenção e vai acompanhar o tratamento, que é longo, pode durar mais de um ano. E estamos torcendo para que o Fluconazol consiga segurar para que o fungo não ative outra vez, e caso isso aconteça vai precisar ser internado para receber Anfo B novamente. Ele não está 100% ainda, tem algumas sequelas, principalmente dificuldade para andar, falar e a visão foi afetada, não consegue ler muito bem (um dos sintomas da criptococose é a perda da visão e pode até causar cegueira).

Enfim, um erro médico grave, que não identificou a criptococose antes e mesmo depois do resultado positivo não foi tratado corretamente, e agora estamos aqui tentando reverter os prejuízos e recuperar o tempo perdido. Muita coisa poderia ter sido evitada. Talvez nem precisasse de diálise, já que o fungo ataca o rim também.

E este relado é um alerta para que outras pessoas não passem por isso. E nossa missão agora é informar aos imunodeprimidos que pneumonia deve ser investigada como criptococose, que eles são grupo de risco, que essa é uma das primeiras doenças oportunistas em pacientes imunodeprimidos e transplantados. Mas a nefrologia, que trata exatamente de pacientes deste grupo de risco, desconhece os sintomas e o tratamento da critptococose, e não teve a humildade de pedir ajuda ou encaminhar o paciente à infectologia após o diagnóstico do fungo. E aí entra minha teoria da conspiração sobre sistema de “saúde” e indústria farmacêutica etc e para mim só isso explica tanto descaso. Somos reféns do sistema.

Sobre a criptococose (doença do pompo)

Provavelmente desde crianças todos nós temos o fungo da criptococose no organismo, porque convivemos com pombos, e outras aves também, em todos os lugares, o ar está contaminado, o fungo pode estar na poeira das casas, nas ruas os pombos voam à nossa frente o tempo todo, respiramos a poeira que o vento levanta nas ruas, passamos por varredores de rua, que jogam a poeira em cima de nós, dutos de ventilação de prédios e os aparelhos de ar condicionado estão contaminados com isso, ou seja, não temos como escapar desse fungo, está em todo lugar.

As pessoas “normais”, com boa imunidade, convivem com ele sem problemas. Mas quando acontece uma baixa imunidade o fungo pode ativar. Normalmente começa em forma de pneumonia ou em forma de lesões na pele. O organismo das pessoas “normais” consegue resistir ao fungo e ele não evolui para coisas mais graves. Mas nos imunodeprimidos e pertencentes aos grupos de risco o fungo se espalha, pode causar meningite, atingir o Sistema Nervoso Central e provocar sequelas graves.

A criptococose é um problema de saúde pública, mas não precisa de notificação compulsória, e por isso deve ser meio ignorada pelos médicos. Mas na minha humilde e leiga opinião, depois de tudo que li e vi no meu marido, desconfio que muita gente está com o fungo ativo e não sabe, muitas pneumonias e muitas doenças neurológicas e psiquiátricas podem ser causadas pelo fungo da criptococose, mas como não investigam, não podemos ter certeza. Mas para mim isso explica muita coisa.

Segue explicação mais técnica:

“A Criptococose é uma doença causada pelo Cryptococcus neoformans e pelo Cryptococcus gattii. Os seres humanos são geralmente contaminados através das fezes de pombos e outras aves, dispersos no ar, que são inalados e alcançam os pulmões, resultando em uma infecção respiratória, porém se o indivíduo estiver com o sistema imunológico fraco, a infecção tende a se espalhar pelo sangue causando danos cerebrais e a levedura apresenta tendência em invadir o Sistema Nervoso Central (SNC). A criptococose é considerada uma infecção fúngica oportunista, pois afeta principalmente indivíduos com o sistema imunológico comprometido.

Alguns sintomas da criptococose são: febre; fraqueza; anemia, dor no peito; rigidez de nuca; dor de cabeça; náusea e vômito; suores noturnos; alterações de consciência; confusão mental; déficit de memória; delírios; alucinações; perda de visão parcial ou total; sensibilidade à luz; corrimento nasal; dispneia; nódulos pulmonares; pneumonia; alterações na fala; alterações auditivas; dificuldade em movimentar mãos e braços; perda da coordenação motora; convulsões; lesões na pele, como feridas, nódulos, celulite, erupções e edemas.

As sequelas mais comuns são: perda de audição parcial ou total; epilepsia; problemas de memória e concentração; dificuldade de aprendizagem, tanto em crianças quanto em adultos; perda de visão parcial ou total, cegueira; atraso no desenvolvimento motor, com dificuldades para andar e se equilibrar; paralisia de um lado do corpo ou dos dois; artrite e problemas nos ossos; problemas nos rins; dificuldade para dormir; incontinência urinária; surdez; distúrbios motores; distúrbios de linguagem; retardo mental.

Grupos de risco: pacientes com HIV; pacientes em uso de quimioterapia; pacientes imunodeprimidos; transplantados; pacientes em tratamento longo de corticoesteróides; portadores de tuberculose ativa; pacientes com diabetes mellitus; portadores de lúpus eritematoso sistêmico (LES); pacientes submetidos a tratamento de câncer hematológico; pessoas que trabalham com pássaros (pombos); varredores de rua.

Como medida de prevenção deve-se jogar água ou aspirar as fezes de aves, NUNCA VARRER, para evitar a inalação da poeira.

O uso apropriado dos agentes antifúngicos diminui a mortalidade significativamente, mas requer terapia continuada e prolongada para prevenir recidivas. Nas formas graves, principalmente de SNC, o tratamento de manutenção pode durar mais de um ano, com tempo adicional variando de acordo com a condição do estado imune do hospedeiro. UM TRATAMENTO ALTERNATIVO É O USO DO ÓLEO DO PEQUI.”


Alexandre

(28jul2014) Nem gosto de declarações públicas, mas como hoje estamos fazendo 20 anos de casados, Bodas de Porcelana...

Se existe alma gêmea, você é a minha. Na nossa história nunca houve isso de opostos se atraem, porque somos tão parecidos que até assusta. Desde o primeiro dia, na nossa primeira conversa, era tanta coisa em comum, os gostos parecidos, as roupas iguais que nos fazem rir até hoje quando chegamos no elevador e percebemos que estamos vestidos com as mesmas cores. Mas é lindo perceber que mesmo com tantas coincidências você sempre conseguiu me surpreender. Sempre! E você realizou quase todos os meus sonhos, me levou a Israel, a Paris e à Itália, e agora está me ajudando a libertar minhas árvores (vivo dizendo que homens sonham pouco porque a missão deles é realizar os sonhos das mulheres rsrs). Gosto muito da nossa vida tranquila, curtindo as coisas simples da vida, curtindo nossas viagens curtas ou longas, resolvendo nossas poucas brigas que podem ser contadas nos dedos (outra teoria que derrubamos, que é normal o casal brigar, não aqui em casa rsrs, como bem dizia meu avô, que somos um casal calminho). Temos cumplicidade e amizade, você sempre foi meu melhor amigo e sempre me bastou. Você sempre me mimou e paparicou, compra queijo brie e burrata para mim e faz QUASE todas as minhas vontades. Você nem precisa dizer que me ama, porque prova isso com suas atitudes e uma delas foi me defender, respondendo a um e-mail que uma pessoa ridícula me enviou com palavras de afronta, e você me defendeu tão lindamente, tão masculino, que me senti protegida e vingada. E tantas outras vezes em que você fez alguma coisa boa por outras pessoas e sei que foi por minha causa. É como no final do filme Orgulho e preconceito, Darcy responde a Elizabeth, quando ela agradece por ele ter ajudado a duas de suas irmãs: "Deve saber, e na verdade o sabe, que tudo que fiz foi por você". Você é meu "senhor Darcy". E a melhor de todas as coisas é você ser meu parceiro de teshuvah e me apoiar nas causas humanitárias em que sou ativista, enfrentando os sistemas junto comigo, e o maior elogio que você me fez foi me chamar de engajada. Tenho pouca coisa para reclamar, afinal seus poucos defeitos são características do DNA masculino, o jeito foi tentar entender e não me estressar rsrs (Homens!). Mesmo nos poucos momentos difíceis que tivemos, hoje posso olhar para trás e dizer que faria tudo de novo (menos cerimônia religiosa, lógico rsrs). E como diria um amigo nosso: Nós nos merecemos! E é o que sempre digo, se fiz um bom casamento foi pura misericórdia do Eterno. E a ele toda minha gratidão. Feliz aniversário, te amo.


Gláucia, Wendell e Alexandre

(20nov2013) Há 13 anos e dez meses recebemos e assumimos uma missão, cuidar do Joaquim. Missão dada, missão cumprida. E quero aqui agradecer a vocês três, Gláucia, minha irmã caçula, "Engli" (Wendell), marido dela, e Alexandre, meu marido. Muito obrigada por tudo que fizeram pelo Joaquim.

Eu e Gláucia assumimos a tarefa de cuidar de um pai já idoso, com vários problemas de saúde, e desde então dividimos tudo, as alegrias e tristezas, as piadas e os sustos. E minha irmã caçula é uma guerreira. Estivemos juntas nas salas de espera das cirurgias de catarata do velho e da cirurgia para colocar prótese no joelho. E mesmo nas outras duas cirurgias por causa da fratura do fêmur, estivemos juntas em pensamento, porque Gláucia estava recebendo Thalles, que nasceu bem nessa época. Estivemos juntas quando ele sofreu um AVC. E estivemos juntas agora, em mais um hospital, em mais uma fratura de fêmur, que não chegou a acontecer a cirurgia, mas foram 22 dias de internação e sofrimento para ele e para nós, até que Joaquim descansou com seus antepassados.

E ainda estivemos juntas, não fisicamente, mas em comum acordo e apoio, apoiadas pelos maridos, no resgate que precisamos fazer do Joaquim em uma situação delicada e complicada, muito complicada.

"Engli" (como Joaquim o chamava) e Alexandre foram mais que dois filhos para o velho, cuidaram dele melhor do que muitos filhos por aí. Sempre nos apoiando, nunca reclamaram, nunca mediram esforços ou recursos para que tentássemos dar ao Joaquim conforto e cuidado. E em todos esses anos nunca houve um desentendimento sequer sobre dinheiro, nem sobre nada que se relacionava ao Joaquim. O velho confiava nos genros, uma vez Joaquim fez uma viagem longa com outra pessoa e quando chegou ele disse que até para dirigir Alexandre e "Engli" eram mais tranquilos. E realmente tinham toda paciência do mundo e sempre faziam mais paradas nas viagens por causa do velho, mesmo que a viagem ficasse bem mais demorada.

Quando nós ou eles precisávamos procurar casa para morar, nossa exigência aos corretores sempre foi: não pode ter escadas, temos um idoso. Até para escolher carro pensávamos nele, então quatro portas não era luxo, era necessidade.

Nunca faltava em nossas casas a banana, a água tônica, o iogurte e a bala para Joaquim. Em nossas viagens juntos sempre rebocávamos o velho, Angra, Guarapari, ele sempre estava lá nas nossas fotos.

Acho que somos conhecidas pelos nossos amigos como as rebocadoras do velho, porque em muitas festinhas e eventos, lá estávamos nós com ele segurando nosso ombro e andando bem devagar.

Claro que falhamos em muitas coisas com o velho, mas temos a consciência tranquila de termos tentado fazer o melhor para ele.

Por tudo isso e muito mais, quero agradecer a vocês três. E sei que não há nada que eu faça que possa recompensá-los por tudo isso. Então só posso dizer: muito obrigada. Sei que Joaquim também diria isso. E como ele também dizia sempre que fazíamos uma comida que ele gostava: podem continuar fazendo. E que Joaquim descanse em paz.

terça-feira, 8 de março de 2016

Ao homem que queria mudar o mundo

Publicado originalmente em 8mar2014.

O reformador do mundo
Monteiro Lobato

"Américo Pisca-Pisca tinha o hábito de pôr defeito em todas as coisas. O mundo para ele estaria errado e a natureza só fazia asneira.
- Asneira , Américo?
- Pois então?... Aqui mesmo, neste pomar, você tem a prova disso. Ali está uma jabuticabeira enorme sustentando frutas pequeninas, e lá adiante vejo uma colossal abóbora, presa ao caule de uma planta rasteira. Não era lógico que fosse justamente o contrário? Se as coisas tivessem de ser reorganizadas por mim, eu trocaria as bolas, passando as jabuticabeiras para a aboboreira e as abóboras para a jabuticabeira. Não tenho razão?
Assim discorrendo, Américo provou que tudo estava errado e só ele era capaz de dispor com inteligência o mundo.
Mas o melhor, concluiu, é não pensar nisto e tirar uma soneca à sombra destas árvores, não acha?
E Pisca-Pisca, piscando que não acabava mais, estirou-se de papo para cima à sombra da jabuticabeira.
Dormiu. Dormiu e sonhou. Sonhou com um mundo novo, reformado inteirinho pelas suas mãos. Uma beleza!
De repente, no melhor da festa, plaft! Uma jabuticaba cai do galho e lhe acerta em cheio o nariz.
Américo desperta de um pulo. Pisca-Pisca medita sobre o caso e reconhece, afinal, que o mundo não era tão mal feito assim. E segue para a casa refletindo:
- Que coisa!... Pois não é que se o mundo fosse arrumado por mim, a primeira vítima teria sido eu? Eu, Américo Pisca-Pisca, morto pela abóbora por mim posta no lugar da jabuticaba? Hum! Deixemo - nos de reformas. Fique tudo como está que está tudo muito bem.
E Pisca-Pisca continuou a piscar pela vida à fora mas já sem a cisma de corrigir a natureza."

Américo Pisca-Pisca poderia se chamar Joaquim Vitório, que onde chegava queria mudar tudo, "aquela parede está em lugar errado", ele dizia, rsrsrs. Pior é perceber que sou um pouco como ele, kkkkkk. Hoje ele faria 89 91 anos.

Apenas a morte faz parte da vida

Publicado originalmente em 19nov2013.

"_ Oi, Forrest.
_ O que aconteceu, mãe?
_ Estou morrendo, Forrest. Venha cá, sente-se aqui.
_ Por que está morrendo, mãe?
_ É minha hora, é minha hora. Ora, vamos, não tenha medo, querido. Apenas a morte faz parte da vida. É algo a que todos estamos destinados. Eu não sabia, mas estava destinada a ser sua mãe. Fiz o melhor que pude.
_ E se saiu bem, mãe.
_ Bom, eu acredito que fazemos o nosso destino. Tem que fazer o melhor com o que Deus lhe deu.
_ Qual o meu destino, mãe?
_ Você vai ter que descobrir isso sozinho. A vida é como uma caixa de bombons, Forrest. Você nunca sabe o que vai encontrar. (Minha mãe sempre me explicava as coisas de um jeito que eu entendia.)
_ Vou sentir saudades, Forrest.
Ela tinha câncer e morreu na terça-feira. Eu comprei um chapéu para ela, chapéu com flores. E não quero dizer mais nada sobre isso."




terça-feira, 18 de agosto de 2015

Lembranças do Joaquim


O tempo vai passando e aos poucos a gente vai começando a recordar das coisas engraçadas. E estava aqui me lembrando do...
Posted by Débora Da Costa Vitório De Bonis on Terça, 18 de agosto de 2015

quarta-feira, 27 de agosto de 2014

quinta-feira, 21 de novembro de 2013

Meu pai não estava doente, só estava idoso. Ele não morreu, foi assassinado

"Quando eu perder a capacidade de indignar-me ante a hipocrisia e as injustiças deste mundo, enterre-me: por certo que já estou morto." Augusto Branco


Acordo no dia seguinte com um forte sentimento de indignação e impotência pela injustiça e impunidade deste país sem lei. A pergunta é: a quem devo processar, o hospital, o Estado do Espírito Santo, o Ministério da Saúde? Ou melhor, adianta processar? Vai mudar alguma coisa neste país injusto e idiota ou será só mais um processo dentre tantos milhares que já existem?

Meu pai estava idoso, sim, tentávamos nos preparar para sua partida, porque a morte faz parte da vida. Mas ele não teve direito a uma morte digna e era só isso que eu pedia. Meu pai não estava doente, só estava idoso. Ele não morreu, foi assassinado, foi vítima da incompetência, abuso de poder e ganância do sistema de saúde neste país sem lei.

Meu pai caiu, fraturou o fêmur e foi internado, e ficou esperando por uma cirurgia que nunca houve e nem haveria, porque era nítida a enrolação de todos os ortopedistas, ninguém queria operá-lo. Mas não nos informaram nada disso. E o descaso e incompetência dos médicos o levaram a uma pneumonia e derrame pleural e ele foi morrendo um pouco a cada dia.

Não nos deram opções, não nos deram alternativas, e quando alguém cogitou a possibilidade de levá-lo para casa sem ter feito cirurgia, o sistema e lavagem cerebral venceram e ele foi mantido naquele lugar de tortura e não de cura.

E ainda foi vítima do abuso de poder de uma administração burra, todos formados na idiocracia, porque seus direitos garantidos por lei não foram respeitados. O que dizer de um administrador que decreta uma norma impossível de ser cumprida? Um completo idiota.

Foram tantos os problemas e abusos, ainda vou sentar e fazer um diário completo de tudo o que passamos dentro daquele inferno de hospital, nas mãos de "profissionais" robotizados, idiotas e desumanos. Exames que não foram feitos, sangue que prescreveram e que nunca chegou, remédios que não chegavam no horário e enfermeiras que me chamaram de mentirosa quando ia reclamar do remédio que não veio e que deveria ter vindo há três horas. Fisioterapeuta que "apareceu" uma semana depois de internação, por conta própria, porque ela saiu procurando idosos na ortopedia e "encontrou" o meu pai, mas quando ela vinha só ficava cinco minutos e isso não acontecia todos os dias. P.S.: E a fisioterapeuta mandou colocar um colchão d'água para ele, mas o colchão veio com defeito e ficou vazando água a noite inteira e a pessoa que estava de acompanhante à noite não encontrou enfermeiros no setor para pedir ajuda, e ainda foi acusada de mentir. E de manhã, quando cheguei, tive que pedir três vezes para tirarem o colchão, porque meu pai havia passado a noite toda com as costas na cama molhada, e só fui atendida na terceira vez, três horas depois que cheguei, porque fiz barraco. Médicos que não liam o prontuário, chegavam para a visita perguntando o que houve e o acompanhante tinha que contar toda a história de novo, e na visita seguinte o mesmo médico ainda não sabia que meu pai havia fraturado o fêmur e perguntava o que houve. Médico que não lembrava do que falara na visita anterior, dizia que iam mudar um medicamento, mas não anotava, e depois na prescrição a enfermeira diz que ele retirou dois medicamentos, mas para mim ele disse que seria apenas um. Na outra visita ele não comenta nada sobre isso e depois a enfermeira traz um dos medicamentos que havia sido retirado. Uma bagunça. Esses são só alguns exemplos, as histórias são tantas, dariam quase um livro.

Não, não faltavam médicos ou enfermeiros, bastava chegar no posto de enfermagem na hora das novelas para encontrar três ou cinco enfermeiros olhando fixamente para a TV, concentrados no enredo. Não faltava material, aliás, havia material sobrando e o que vi ali dentro nos 17 dias que fiquei de acompanhante foi um grande desperdício do dinheiro dos nossos impostos.

Eu briguei, esperneei, reclamei com o diretor do hospital, mas nada adiantou, nada. Passei a ser odiada por todos de tanto que eu briguei pelos direitos do meu pai. Cansada, fragilizada, quase surtando, antes que voasse no pescoço de uma enfermeira, vim embora, não suportava mais aquilo tudo, fui além das minhas forças e ainda fui criticada por brigar por dignidade para um ser humano.

Eu sei que esses não são problemas somente daquele hospital, já relatei sobre a violência em hospitais aqui. Mas esse foi o último hospital e um dos piores, com certeza.

Perder meu pai não foi o problema, apenas a morte faz parte da vida, como disse a mãe de Forrest Gump. Lógico que sempre ficaremos tristes e teremos luto, mas o tempo vai diminuindo essa dor. O problema é me sentir violentada e não ter a quem recorrer, não ter com quem reclamar, não ter alguém que lute pelos nossos direitos garantidos por lei neste país sem lei, é estar indignada e me sentir impotente.

Por enquanto só me resta repetir o que escrevi no Facebook quando ainda estava "internada" com meu pai no hospital assassino: "Novamente enfrentando violência no sistema de saúde com meu pai internado com fratura de fêmur e odeio cada dia mais médicos e enfermeiros, e odeio mais ainda administradores de hospital com suas normas burras e absurdas, ou seja, odeio os "cerumanos" (Perdão aos pouquíssimos seres humanos da área)." E repetir também que "pelo menos no corredor da morte o condenado tem direito de escolher a última refeição."

E agora ainda tenho que conviver com a culpa por não ter enfrentado o mundo todo e ter dado ao meu pai um final digno, comendo angu e jiló, cercado por seus familiares. Vou ter que aprender a conviver com isso. Cuidei dele por tanto tempo e no final, vacilei feio.


Extraído de "Asterix entre os pictos"

P.S.: Comentários do Facebook
Eu, heim, gente, todo mundo vivendo o mesmo drama???? Epidemia????? Que levante a mão quem não sofreu violência. Vamos mover uma ação coletiva???????????? Ou vamos embora desta porcaria de país????????? Eu estou mais na segunda opção. Vejam os comentários postados no meu perfil do Facebook:

"Disse tudo, o que você passou, infelizmente continuo enfrentando com meu avô. O descaso é claro, pergunto algo ao médico e ao invés de me responder, ele ri. Eu não aguento mais isso."

"Eu concordo com você, aconteceu com meu pai, tinha dinheiro suficiente para ficar nos melhores hospitais, mas a ganância de um certo irmão abreviou a morte dele. E isso me consome até hoje. Então, "ele" colocou meu pai num hospital carniceiro depois que ele sofreu uma queda, tiramos de lá mas com uma escara terrível nas costas e mesmo colocando num hospital melhorzinho já era tarde demais."

"Entendo sua indignação. Passei o mesmo com os meus avós no hospital assassino!!!! Tenho o mesmo questionamento: a quem processar ????"

"Há 2 anos perdi minha mãe nesse sistema ridículo, por um erro médico, não viram que minha mãe estava com trombose e demorou um mês pra ser transferida e quando foi não adiantava mais nada a não ser amputar a perna. Depois ficou no descaso da saúde pública, sofreu duas semanas, não suportou, e Deus levou. Lembro muito bem como se fosse hoje ela falando que não queria mais ficar neste mundo. Os assassinos do hospital Salgado Filho estão lá trabalhando, revindicando salários, aff, cansa. Isso cansa mesmo. Meus sentimentos, que sei como é isso. O Brasil de poderes."

"Eu também perdi minha irmã por descuido médico. Choque anafilático durante uma tomografia. Eu sei o que você está sentindo."

"Revoltante! Passamos por dias e situações muito difíceis com o nosso filho mais velho por duas vezes internado em um hospital particular. Me senti tão revoltada e impotente quanto você. Até comida estragada eles nos serviram... A auxiliar de cozinha fazia ânsia de vômito enquanto preparava os pratos. Os curativos do meu filho ficaram no chão ao lado do leito da UTI por 3 dias!!!! As refeições não chegavam no horário, muito menos os antibióticos. Fotografamos algumas coisas, procuramos um advogado que de cara classificou nosso caso como "perdido". Guardei tudo numa pasta, chorei muuuuuuuuito e não quis mais falar sobre o assunto. Falar sobre isso me adoece!"

"Eu entendo bem o que você passou, aqui também tem um pouquinho isto, mas não quando eles veem que o idoso tem alguém. Não se culpe, você não tem culpa. Eu entendo o que você está passando, eu muitas vezes aqui tenho que lutar contra moinhos, que nem D Quixote, cuido de minha mãe sozinha, e D`us. Às vezes acho que vou sucumbir, mas D`us me dá forcas, pra lutar contra tudo e contra todos... Só Ele sabe o que passamos e não é fácil. Volta e meia adoeço por conta disto. Por sentir esta impotência, daí eu choro no travesseiro e entrego a D`us, e o que me resta é confiar nEle. Todos os dias mato um leão... Já salvei minha mãe da morte várias vezes... Eu também quero que quando ela partir, parta com dignidade. Eu Te entendo e entendo sua revolta. Oremos pra D`us te dar o consolo amada. Beijos."

"Triste, muito triste! NÃO QUERO perder NUNCA a sensibilidade e a capacidade de indignar-me ante relatos como estes.... Não se culpe amiga, todos temos um limite e o seu foi a uma exaustão diante de tanto descaso! Faça de sua indignação uma voz aos "mudos"! Denuncie, sim! Pois uma transformação para o bem, que aconteça , por menor que pareça, pode livrar alguns de violências tão cruéis. Beijos."

"Não adianta tanto avanço tecnológico se o ser humano não é valorizado. Infelizmente problemas como esse ocorrem no SUS e também no particular, e além de enfrentarmos o desgaste da doença, temos o desgaste da luta por um tratamento digno para nossos familiares. Isso tem que mudar...Vocês fizeram o possível, o sistema é que é falho. Deus de força a toda família."


P.S.2: "Meu nome é Maximus Decimus Meridius, comandante dos exércitos do norte, general das Legiões Felix... servo leal do verdadeiro Imperador, Marcus Aurelius. Pai de um filho assassinado, marido de uma esposa assassinada. E terei minha vingança, nesta vida ou na próxima."

quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Gláucia, Wendell e Alexandre

Há 13 anos e dez meses recebemos e assumimos uma missão, cuidar do Joaquim. Missão dada, missão cumprida. E quero aqui agradecer a vocês três, Gláucia, minha irmã caçula, "Engli" (Wendell), marido dela, e Alexandre, meu marido. Muito obrigada por tudo que fizeram pelo Joaquim.

Eu e Gláucia assumimos a tarefa de cuidar de um pai já idoso, com vários problemas de saúde, e desde então dividimos tudo, as alegrias e tristezas, as piadas e os sustos. E minha irmã caçula é uma guerreira. Estivemos juntas nas salas de espera das cirurgias de catarata do velho e da cirurgia para colocar prótese no joelho. E mesmo nas outras duas cirurgias por causa da fratura do fêmur, estivemos juntas em pensamento, porque Gláucia estava recebendo Thalles, que nasceu bem nessa época. Estivemos juntas quando ele sofreu um AVC. E estivemos juntas agora, em mais um hospital, em mais uma fratura de fêmur, que não chegou a acontecer a cirurgia, mas foram 22 dias de internação e sofrimento para ele e para nós, até que Joaquim descansou com seus antepassados.

E ainda estivemos juntas, não fisicamente, mas em comum acordo e apoio, apoiadas pelos maridos, no resgate que precisamos fazer do Joaquim em uma situação delicada e complicada, muito complicada.

"Engli" (como Joaquim o chamava) e Alexandre foram mais que dois filhos para o velho, cuidaram dele melhor do que muitos filhos por aí. Sempre nos apoiando, nunca reclamaram, nunca mediram esforços ou recursos para que tentássemos dar ao Joaquim conforto e cuidado. E em todos esses anos nunca houve um desentendimento sequer sobre dinheiro, nem sobre nada que se relacionava ao Joaquim. O velho confiava nos genros, uma vez Joaquim fez uma viagem longa com outra pessoa e quando chegou ele disse que até para dirigir Alexandre e "Engli" eram mais tranquilos. E realmente tinham toda paciência do mundo e sempre faziam mais paradas nas viagens por causa do velho, mesmo que a viagem ficasse bem mais demorada.

Quando nós ou eles precisávamos procurar casa para morar, nossa exigência aos corretores sempre foi: não pode ter escadas, temos um idoso. Até para escolher carro pensávamos nele, então quatro portas não era luxo, era necessidade.

Nunca faltava em nossas casas a banana, a água tônica, o iogurte e a bala para Joaquim. Em nossas viagens juntos sempre rebocávamos o velho, Angra, Guarapari, ele sempre estava lá nas nossas fotos.

Acho que somos conhecidas pelos nossos amigos como as rebocadoras do velho, porque em muitas festinhas e eventos, lá estávamos nós com ele segurando nosso ombro e andando bem devagar.

Claro que falhamos em muitas coisas com o velho, mas temos a consciência tranquila de termos tentado fazer o melhor para ele.

Por tudo isso e muito mais, quero agradecer a vocês três. E sei que não há nada que eu faça que possa recompensá-los por tudo isso. Então só posso dizer: muito obrigada. Sei que Joaquim também diria isso.

E como ele também dizia sempre que fazíamos uma comida que ele gostava: podem continuar fazendo.

E que Joaquim descanse em paz.

Joaquim Vitório

Joaquim de Assis Vitório
8/mar/1925 - 20/nov/2013

Em 20/nov/2013, aos 88 anos, Joaquim Vitório descansou com seus antepassados.
E que ele descanse em paz.

Ele dizia que se sonhasse que estava em um avião, sairia correndo. Mas no ano passado perguntei se queria ir de avião para a casa da Gláucia, depois de passar uns dias comigo no Rio. Ele aceitou sem reclamar. Ainda perguntei várias vezes se iria mesmo, se não faria escândalo no avião, e ele respondeu: "Claro que não vou fazer isso, eu sou homem". E realmente ele foi de avião e não deu o menor trabalho. E eis a foto para provar a sua coragem. E quando chegou em Vitória, ES, falou: "Muito rápido". E então passou a reclamar do restante das cinco horas de viagem que só poderia ser de ônibus. Era muito figura!

Leia também: Meu pai não estava doente, só estava idoso. Ele não morreu, foi assassinado