Já perdi a conta de quantas vezes ouvi pessoas dizendo que estão insatisfeitas com o sistema religioso, mas que não saem por causa dos filhos. Estou realmente cansada desse discurso. Usam a desculpa dos filhos ou põem a culpa nos filhos? Elas deviam sair desse ambiente doentio por eles, e não ficar por causa deles.
As pessoas pensam que basta levar os filhos à igreja que eles vão aprender sobre o Eterno. Mas só levar à igreja não adianta nada se em casa os pais não estão nem aí para os filhos e, pior ainda se não dão bom testemunho para os filhos, se não vivem o que pregam, como diz a música, “não adianta ir à igreja rezar e fazer tudo errado”.
A terceirização da educação é uma epidemia na sociedade. As mães delegaram às creches, escolas e igrejas a educação dos filhos, por isso elas dizem que não saem do sistema religioso (da Babilônia) por causa dos filhos, porque elas abriram mão do seu papel de ensinar e ser exemplo e acreditam ou se acomodam na ideia de que precisam mesmo levar os filhos à igreja para que eles não se “desviem” e caiam no mundão.
E para completar minha indignação, está circulando nas redes sociais um quadrinho com a frase: “Mãe que leva o filho à igreja não busca na cadeia”.
Infelizmente essa não é a verdade, quem inventou essa frase desconhece completamente as estatísticas que dizem que a maioria dos presidiários é composta de filhos de religiosos, e isso é triste, muito triste.
A frase deveria ser: "Mãe que ensina, educa, disciplina, ora, obedece ao Eterno, essa sim, tem menos chance de buscar o filho na cadeia".
Para quem quiser saber mais sobre o assunto, leia esta reportagem (o link não funciona mais). Destaquei um trecho e colei aqui: “Porém, o que chama a atenção é o fato de cerca de 80% dos presos entrevistados serem desviados de igrejas, filhos de pastor ou terem alguma pessoa na família que é evangélica. Poucos deles nunca haviam ouvido falar de Deus através de um parente. Impressionada com a estatística, a repórter conversou com alguns agentes religiosos e descobriu que sua breve percepção é algo concreto: a maioria de presos no sistema penitenciário realmente é formada por parentes de evangélicos .”
E ainda fico lembrando as várias situações que presenciei nas instituições religiosas que frequentei. Uma delas aconteceu quando eu estava iniciando do zero as atividades com crianças em uma dessas instituições e fiz uma reunião com as mães e perguntei quem gostaria de ajudar na escala do berçário. E tive que ouvir de uma mãe de uma criança com menos de dois anos que ela já ficava com a filha a semana inteira, então não iria ajudar porque queria ficar livre para aproveitar os cultos.
Quantas vezes presenciei mães que ficavam cuidando de seus “ministérios” e os filhos ficavam abandonados. Havia uma que me irritava profundamente, porque ela ficava correndo de um lado para o outro na igreja, resolvendo tudo, e o filho de dois anos ficava atrás dela chorando, com o nariz escorrendo, mendigando um pouquinho de atenção, mas ela só gritava com a criança, mandando que parasse de chorar.
Para ser muito sincera, hoje tenho horror à salinha de crianças das instituições religiosas, porque viraram depósitos de crianças indesejadas pelas mães. Além de ficar pensando nas mãos impuras que podem ter as pessoas que estão lá cuidando das crianças, ainda há as histórias absurdas que ouvimos por aí, como aconteceu em duas instituições religiosas, em que as crianças ficaram assistindo aos desenhos Dora aventureira e Shrek nas salinhas.
Mãe, permita-me dizer uma coisa: você não precisa de sistema religioso para educar os seus filhos nos caminhos do Eterno. Você não precisa criar seus filhos dentro de uma igreja. O que você precisa é ensinar sobre o Eterno, sobre a Bíblia, principalmente ensinando com seu exemplo.
E as crianças sentem falta mesmo é do "clube", das outras crianças, das brincadeiras, das festinhas. É disso que elas sentem falta quando não frequentam uma instituição religiosa. E para isso elas não precisam ir a uma igreja. A maioria das crianças tem uma vida social intensa, não precisa de mais um "clube".
Se você ora com seus filhos toda noite, se lê histórias da Bíblia com eles toda noite, se ensina os valores do Reino "quando estiver sentado em casa, quando estiver andando pelo caminho, quando se deitar e quando se levantar" como diz Deuteronômio 6.7, eles não precisam de igreja. E principalmente, se você vive o que prega, se vive o Reino, se obedece aos mandamentos do Eterno, seus filhos vão fazer o mesmo. Como dizia uma professora da Torah, os filhos não obedecem aos pais porque os pais não obedecem ao Eterno, é uma questão de autoridade espiritual. E não adianta assistir a Supernanny todo sábado e não praticar o que ela ensina.
Leia também meu texto sobre o Dia das mães.
Um comentário:
Passei anos não só trabalhando em salinhas ,mas também , defendendo que a mesma era a responsável pela educação cristã das crianças na igreja.E quando passei a me reunir de outra forma, onde não havia este ensino de"classinhas", durou muito pouco. Logo aquele grupo implantou a salinha , pois achavam que seus filhos estavam sem amparo, enfim, mais um monte de coisas. Lendo este blog, minhas conclusões e decisões se tornam mais claras.Se eu como mãe não assumir a incumbência de ensinar aos meus filhos, ninguém poderá fazê-lo por mim.
Me identifiquei muito com este blog!! Parabéns!!!
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